domingo, 8 de junho de 2014

O dia que a Barra se entristeceu por completo

Me lembro como se fosse hoje, apesar de ter apenas 12 anos de idade: O então prefeito eleito, médico de muitas famílias barrenses, Dr. Aloizio Feu Smiderle, morreu num acidente automobilístico gravíssimo e com ele toda a sua família. A exceção, foi a filha do meio (ou mais velha), não sei ao certo, que não estava no veículo por morar na capital, destino onde a família iria encontrá-la. Sem dúvida um dos dias mais tristes já registrados em Conceição da Barra... Mas, no dia de hoje, um domingo, voltei a ter tal sentimento.

Por coincidência, vinha de São Mateus a poucos minutos do trágico acontecimento que ceifou a vida de 4 jovens barrenses. A tragédia aconteceu ontem, à noite, por volta das 23h. O mais velho e que dirigia o veículo, tinha apenas 21 anos de idade. Minha mulher, abalada mas acostumada a me ver registrar tudo, disse: Não vai fazer uma foto? Não! – respondi – não consigo fazer um registro desses... o carro onde estavam se resumia a um amontoado de ferro e latão retorcidos.

A gravidade do acidente foi tal, que o ônibus que transportava um grupo de religiosos, e que retornava ao seu destino (Pinheiros), foi lançado para fora da pista e 19 passageiros ficaram feridos, mas sem gravidade, exceto uma dessas pessoas, que ainda se encontra internada. 

Mas não quero dedicar esse texto ao fato em si. Quero me ater, como disse no início, à tristeza que se abateu por toda a cidade e, claro, não é para menos.

Peguei o carro hoje, domingo, e sai pela cidade e o que vi, tanto no olhar das pessoas quanto em suas palavras, foi apenas uma tristeza profunda, como se cada um daqueles jovens, fossem seus próprios filhos. Não há palavras que possa consolar a mãe e o pai desses jovens... é uma dor que não há possibilidade de descrever. Jamais esperamos que alguém que colocamos no mundo, se vá antes de nós, sobretudo com tão pouca idade. Mas, a vida é assim e temos que seguir em frente, apesar de tão intensa dor.

Decidi escrever este texto, não por função jornalística que a mim caberia, pois também é minha atividade; mas meu texto é de um pai de três amados filhos, um dos quais, o mais velho, era amigo desses jovens. Gostaria de alguma forma consolar os pais desses meninos, mas não tenho força, por isto, escrevo. Que o Senhor lhes dê a força necessária neste momento de tanta dor. Tão profunda dor, que até a natureza parece ter decidido se manifestar, conforme se pode perceber na foto que ilustra este texto.

Um dia profundamente triste e que não vai sair de nossa memória, como até hoje me fez recordar de outro tão trágico acidente quanto este e que levou, entre os demais, o meu colega de sala da 6a série, meu querido amigo Angelo Luiz Sagrillo Smiderle.