quarta-feira, 16 de abril de 2025

Ouro de tolos

O suposto envolvimento do atleta do Flamengo, Bruno Henrique, indiciado pela Polícia Federal por que teria forjado situação para receber um cartão amarelo, em partida realizada pelo Campeonato Brasileiro em 2023 e assim, manipular jogos de apostas on line, escancara um câncer moral que não pára de crescer, que em metástase, atinge todo o tecido social dos tempos modernos. 

Qual a necessidade tem um jovem rico, que joga no futebol profissional num dos maiores Clubes da América Latina, em participar de algo que pode, caso seja comprovado o ilícito, levá-lo a uma punição severa e certa, já que a didática do ato de punir é justamente para que não se cometa o erro de novo, por ele ou por outros?

A investigação aponta que o jogador teria sinalizado a uns familiares que receberia o cartão amarelo e respectiva expulsão, na partida contra o Santos, clube paulista, atitude que desencadearia premiações aos apostadores que assim se posicionassem no jogo de apostas. 

Os valores, segundo as informações obtidas na imprensa esportiva, eram irrelevantes se comparado ao salário que o atleta recebe no Flamengo. Uma forte razão para que os debates acerca da ética, neste e em muitos outros casos que nos assombram especialmente nos dias de hoje, sejam seriamente travados e com urgência inegável. 

Existe um limite para o hábito de querer levar vantagem financeira em tudo, mesmo em situações inegavelmente desnecessárias?

É preciso destacar, claro, que ser indiciado pela Polícia, seja Federal ou não, não é sinônimo de ser culpado. O direito de se defender, um princípio constitucional, vale para qualquer cidadão brasileiro. No entanto, o que pretendo abordar aqui e o caso se revela emblemático, é a importância da sociedade como um todo atentar para esses casos que tornaram-se recorrentes, num tempo em que o "ter" virou regra absoluta e o "ser" apenas uma ladainha de quem parece viver no reino de Nárnia ou na Terra do Nunca, dos clássicos filmes infantis.

Algo precisa ser feito para que a geração atual e futuras, compreendam que ser ético é um fundamento elementar para uma vida social plena. Do contrário, o fundo do poço é logo ali.

Carlos Quartezani

terça-feira, 15 de abril de 2025

Tá difícil demais

Não sei quanto a vocês mas eu estou desanimado com a forma que os representantes dos Poderes do momento, estão confundindo GOVERNAR com tentativa de convencer que estão governando. É patético!

A sensação que tenho é que estamos vivendo uma era em que não importa se tem governo ou não, mas se os posts nas redes sociais estão tendo "curtidas" e "compartilhamentos" ou não. Não é por aí não, Vossas Excelências! É preciso descer do palanque. 

Não imaginava que o futuro que nos aguardava, na política, seria algo pior do que tínhamos há 20, 30 anos. Não importa para onde eu olhe, não vejo mudanças consistentes mas apenas "influencer's" com mandatos, tentando mostrar o caminho que não leva a lugar algum... complicado, muito complicado. 

A política é para quem tem coragem e não para pessoas que por conta do que captaram com o auxílio do algoritmo, diz ou faz aquilo que vai agradar a pseudo-maioria. Não se fie na Inteligência Artificial. Ela é Artificial!!!

Querem um conselho? Não??? Mas eu vou dar assim mesmo: Façam como a Rede Globo de Televisão com suas novelas "remake" e vasculhe o passado para ter o que oferecer de bom. Na natureza, e na vida, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma, mas sem uma alma, como um ser humano pode transformar alguma coisa? 

Como dizia Cazuza e neste sentido ele errou - pelo menos na política - eu não vejo o futuro repetir o passado mas um presente que só se recorrer ao passado, para se ter consistência e resultado. 

Não pensei que pudesse tudo ser tão pior do que já foi um dia. Francamente, que realidade cruel e desanimadora. Deus, tenha misericórdia de nós!

Carlos Quartezani