sexta-feira, 30 de maio de 2025

Profissional reborn

Eu prometi a mim mesmo não focar no assunto do momento, aliás, são muitos assuntos pois estão se reproduzindo feito coelhos, mas refiro-me especificamente aos "bebês reborn", ou seja, bonecos tratados como humanos. 

Ao avaliar o absurdo do ponto de vista comportamental, que inclusive remete a algum tipo de transtorno mental, verifiquei que pode estar se espraiando para as profissões, cuja natureza é buscar soluções e não confundir ainda mais nosso pobre povo brasileiro. 

Ocorre que por meio de uma notícia de jornal, fiquei sabendo que foi levado ao Tribunal de Justiça do Trabalho uma demanda na qual uma funcionária de uma determinada empresa exigiu (e não conseguiu), uma licença maternidade para se dedicar ao seu "bebê reborn". Como eu disse antes, um boneco com características humanas, que ela tem como um filho. 

Veja, eu nem vou entrar muito nos detalhes porque não tenho dúvida tratar-se de um caso para a psiquiatria. Espero que alguém convença a moça a procurar ajuda, pois está precisando. Mas o que quero destacar é ela ter encontrado um profissional da Advocacia, para patrocinar esse descalabro. 

O referido caso, além de ser um claro sinal de que algo está muito fora da ordem na nossa sociedade, também chama atenção acerca dos limites que devem ter os representantes das mais diversas profissões, dentre as quais, destaco a Advocacia. 

É inconcebível que um profissional operadordo direito, ainda que tivesse muito dinheiro envolvido, possa levar um caso como este para o Estado brasileiro arbitrar, como sendo um "direito trabalhista" a ser pleiteado. Que mundo é este minha gente?!!

Chegou a hora de alguém estabelecer limites para o exercício de diversas profissões que têm, sobretudo, o papel de preservar uma certa ordem no convívio social. O papel de manter a ordem e o progresso é do Estado, mas inclui também o cidadão e as profissões que estes exercem.

Uma reflexão sobre os limites de um Advogado no exercício de sua função, em casos como este e em muitos outros casos, requer urgência e não tem nenhuma relação com liberdade do exercício da profissão, mas etica!

Se houver alguma vontade de que esta valorosa profissão volte a ter o respeito que tinha na sociedade (acho que as críticas são muito claras), começa pelo gesto de repudiar tais ações. O absurdo dos absurdos não pode prosperar.

O Estado brasileiro não pode estar se ocupando com demandas que não tem cabimento mínimo, como é o caso dos "bonecos" cujos proprietários querem direitos como se fossem humanos. Além do problema envolvendo a sanidade mental temos um claro problema de ética profissional, que ao meu ver, é pouquíssimo explorado nas faculdades de direito Brasil afora. 

Carlos Quartezani

domingo, 25 de maio de 2025

A ignorância mata

O nosso país não avança por causa da cultura do "quanto pior, melhor". A oposição, seja quem for que esteja no poder, torce para tudo dar errado com a mesma força que torce para o time do coração. Uma estupidez que não tem tamanho.

No nosso Estado, por exemplo, como não reconhecer a capacidade de políticos como Paulo Hartung e Renato Casagrande? Alguém chega tão longe na política, do nada? No entanto, para muitos onde cabe um, o outro não cabe; o que um apoia, o outro rejeita; nunca se escuta "o que foi dito", mas "quem disse" e por aí vai nossa trajetória rumo ao abismo...

Reconhecer o valor do outro, é algo bem desafiante na nossa cultura. Seja na política, na arte ou em qualquer outra área. Antes era explicado por meio do "complexo de vira-latas", hoje ganhou o ingrediente da mediocridade política. 

O sucesso do ator Wagner Moura, o baiano que vem brilhando no cinema internacional já há algum tempo e que inclusive ganhou o Cannes desse ano como melhor ator, é insultado de todas as formas nas redes sociais por conta de seu ativismo político. É muita ignorância mesmo...

Não é atoa que nunca conseguimos um Nobel de Literatura, orgulho que tem os colombianos, chilenos, argentinos e algum outro país sul-americano que não me recordo agora... como já disse alguém, o brasileiro tem pós graduação em assassinar seus heróis. 

Carlos Quartezani