Esta expressão “politicamente correto”, tem me acompanhado já há alguns anos e confesso que nunca gostei muito dela. A princípio, parece-me sugerir um comportamento limitado de nossa parte quando a reação que se faz necessária não poderia ser impedida por uma tese, no mínimo duvidosa, sobretudo quando o que está em jogo é a minha liberdade de pensar e também de agir diante de uma situação que julgo essencial para a minha vida, bem como, a de todos os meus semelhantes. Por outro lado, também não posso deixar de considerar que o politicamente correto, na etmologia da expressão, significa aceitar um fundamento formulado por um grupo de pessoas acerca de um determinado ponto comum a todos. Ex: Políticas Públicas de Combate às Doenças Endêmicas.
Contudo, sempre que ouvimos a referida expressão, no meio político, somos conduzidos a um raciocínio de que “os fins justificam os meios”, tese defendida por Nicolau Maquiavel, um francês que no século XVII procurava explicar que o sucesso na liderança de um povo, baseava-se na tomada de decisões sem considerar outros pontos de vista, sobretudo, a moral e a ética. O resultado estava acima de qualquer outra coisa, ou seja, o importante era ser politicamente correto; não importava o que as pessoas pensavam, desde que a decisão fosse balizada exclusivamente nos resultados que poderiam alcançar, permitindo aos políticos do momento, a permanência no poder é claro.
Quem pode afirmar com toda certeza que as pessoas não desejam outras formas de conduta para viver em sociedade, que não estejam atrelados ao que é considerado pela maioria como politicamente correto? Qual será o preço que pagamos por não expressar aquilo que sentimos diante de uma determinada situação, por medo de não sermos politicamente corretos? Me parece que esta lacuna não é preenchida há muito tempo, se considerarmos, por exemplo, alguns relatos bíblicos, aos quais, tomo a liberdade de citar um, envolvendo três personagens: Mesaque, Sadraque e Abe-Denego, três jovens israelitas que foram levados cativos ao palácio do rei Nabucodonosor e se recusaram a comer dos alimentos fornecidos pelos serviçais do palácio, correndo um sério risco de serem mortos por tamanha afronta ao poderoso rei. Ao que me parece, este é um dos exemplos mais claros de que ser politicamente incorreto, não promove tantas catástrofes como as que são propaladas, afinal, esses três rapazes foram beneficiados e muito por sua atitude de coragem e sobretudo fé naquilo que acreditavam.
Se o leitor quiser saber um pouco mais sobre a história que acabo de mencionar, envolvendo os três jovens israelitas, busque o texto bíblico contido no antigo testamento, no livro de Daniel, a partir do primeiro capítulo. Vale a pena conhecer melhor esta história.
As limitações que tentam nos impor, sempre com o uso das palavras prudência, cautela, critérios, etc... nos leva a um comportamento sempre aquém para um efetivo sucesso naquilo que pretendemos realizar. Não quero aqui provocar ninguém a pular de uma certa altura, acreditando que baterá os braços e sairá voando por aí. Deus me livre! Quero apenas propor uma reflexão quanto à capacidade que cada um de nós tem de realizar grandes feitos e que quase sempre somos tolhidos pelos pessimistas de plantão que não acreditam no potencial, que cada um de nós tem, para mudar a realidade que está a nossa volta.
Ser politicamente correto, em alguns casos, pode estar muito perto de significar ter uma vida medíocre, pensamentos tacanhos e concluir que tudo o que fez até hoje, poderia ter sido muito mais interessante se pelo menos uma vez topasse ser politicamente incorreto. A nossa realidade só não muda, se não tivermos coragem suficiente para faze-la mudar.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
terça-feira, 11 de maio de 2010
Repensando a Política
A política, ramo do saber que estuda a dinâmica do poder, necessita urgentemente de uma profunda reavaliação por parte de seus atores, no nosso estado e também no país.
Idealizada pelos pensadores da Grécia antiga, a política era praticada numa praça pública denominada Agora, onde os filósofos se reuniam para discutir os problemas relativos à administração da cidade. As idéias ali debatidas transformavam-se em leis, além de eleger e depor governantes, sempre com base na exclusiva e indispensável prática do debate no campo das idéias. Hoje, todavia, por mais que esforços sejam feitos por parte da sociedade como um todo, mobilizando-se e exigindo transparência governamental; fichas limpas para a efetiva participação nos pleitos eleitorais; fidelidade partidária; voto distrital e uma série de outras ações básicas que representariam a mudança necessária no ambiente político brasileiro, continuamos reféns de um autoritarismo velado que elimina as possibilidades, por mais remotas que sejam, de construirmos uma sociedade verdadeiramente democrática, valorizando as instituições que foram concebidas com a finalidade de promover o debate e assim encontrar, juntos, a solução para os embates naturais neste ambiente.
Mas, a realidade não é esta. Baseados exclusivamente na teoria do questionável Nicolau Maquiavel, defensor da teoria de que a política é uma área do saber que independe da moral e da religião e de que “os fins justificam os meios”, estamos todos sendo gradativamente empurrados para o abismo da ignorância e voltando ao estado de natureza em que o homem é um ser inferior e a caverna o melhor lugar para a sua permanência.
O PMDB não pode ser assim! Não podemos sucumbir à idéia de que os resultados, os números positivos de um governo, por si só, sejam suficientes para justifica-lo. Há que se observar que ninguém, muito menos um governo, é tão ruim que não possa piorar ou tão bom que não possa ser melhor e para isso, é imprescindível que os agentes promotores da política estejam conscientes do seu papel e as instituições, sobretudo as que foram criadas para este fim, sólidas e efetivamente comprometidas com a sua essência: Promover o debate e exigir que as decisões sejam fruto desses debates.
O maior partido do Brasil, o PMDB, que no Espírito Santo foi o grande vencedor das eleições em 2008, elegendo 22 prefeitos, 15 vice-prefeitos, 109 vereadores e participou ativamente e institucionalmente de todos os diálogos em torno das candidaturas nos 78 municípios capixabas, não pode ser preterido pelo modelo de política, cujas bases, não contempla o respeito à instituição partidária e por conseqüência, os indivíduos que a compõem. O PMDB não merece isso. Os capixabas não merecem isso. Tudo o que foi construído até aqui, desde meados de 2007, quando o deputado federal Lelo Coimbra assumiu a presidência do PMDB capixaba, não pode simplesmente ser jogado na lata de lixo, como se o trabalho, ou seja, os encontros regionais, as incontáveis reuniões e o sonho dos peemedebistas capixabas em tornar a ver o PMDB revolucionando, e desta vez de forma ainda mais vibrante através dos cursos de formação política oferecidas pela Fundação Ulysses Guimarães, não significasse absolutamente nada.
O PMDB é muito maior do que toda a soberba e desfaçatez existente no ambiente da política, entretanto, é necessário estarmos firmes, e juntos, venceremos a presunção e a arrogância que tenta nos inviabilizar.
Idealizada pelos pensadores da Grécia antiga, a política era praticada numa praça pública denominada Agora, onde os filósofos se reuniam para discutir os problemas relativos à administração da cidade. As idéias ali debatidas transformavam-se em leis, além de eleger e depor governantes, sempre com base na exclusiva e indispensável prática do debate no campo das idéias. Hoje, todavia, por mais que esforços sejam feitos por parte da sociedade como um todo, mobilizando-se e exigindo transparência governamental; fichas limpas para a efetiva participação nos pleitos eleitorais; fidelidade partidária; voto distrital e uma série de outras ações básicas que representariam a mudança necessária no ambiente político brasileiro, continuamos reféns de um autoritarismo velado que elimina as possibilidades, por mais remotas que sejam, de construirmos uma sociedade verdadeiramente democrática, valorizando as instituições que foram concebidas com a finalidade de promover o debate e assim encontrar, juntos, a solução para os embates naturais neste ambiente.
Mas, a realidade não é esta. Baseados exclusivamente na teoria do questionável Nicolau Maquiavel, defensor da teoria de que a política é uma área do saber que independe da moral e da religião e de que “os fins justificam os meios”, estamos todos sendo gradativamente empurrados para o abismo da ignorância e voltando ao estado de natureza em que o homem é um ser inferior e a caverna o melhor lugar para a sua permanência.
O PMDB não pode ser assim! Não podemos sucumbir à idéia de que os resultados, os números positivos de um governo, por si só, sejam suficientes para justifica-lo. Há que se observar que ninguém, muito menos um governo, é tão ruim que não possa piorar ou tão bom que não possa ser melhor e para isso, é imprescindível que os agentes promotores da política estejam conscientes do seu papel e as instituições, sobretudo as que foram criadas para este fim, sólidas e efetivamente comprometidas com a sua essência: Promover o debate e exigir que as decisões sejam fruto desses debates.
O maior partido do Brasil, o PMDB, que no Espírito Santo foi o grande vencedor das eleições em 2008, elegendo 22 prefeitos, 15 vice-prefeitos, 109 vereadores e participou ativamente e institucionalmente de todos os diálogos em torno das candidaturas nos 78 municípios capixabas, não pode ser preterido pelo modelo de política, cujas bases, não contempla o respeito à instituição partidária e por conseqüência, os indivíduos que a compõem. O PMDB não merece isso. Os capixabas não merecem isso. Tudo o que foi construído até aqui, desde meados de 2007, quando o deputado federal Lelo Coimbra assumiu a presidência do PMDB capixaba, não pode simplesmente ser jogado na lata de lixo, como se o trabalho, ou seja, os encontros regionais, as incontáveis reuniões e o sonho dos peemedebistas capixabas em tornar a ver o PMDB revolucionando, e desta vez de forma ainda mais vibrante através dos cursos de formação política oferecidas pela Fundação Ulysses Guimarães, não significasse absolutamente nada.
O PMDB é muito maior do que toda a soberba e desfaçatez existente no ambiente da política, entretanto, é necessário estarmos firmes, e juntos, venceremos a presunção e a arrogância que tenta nos inviabilizar.
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