A política, ramo do saber que estuda a dinâmica do poder, necessita urgentemente de uma profunda reavaliação por parte de seus atores, no nosso estado e também no país.
Idealizada pelos pensadores da Grécia antiga, a política era praticada numa praça pública denominada Agora, onde os filósofos se reuniam para discutir os problemas relativos à administração da cidade. As idéias ali debatidas transformavam-se em leis, além de eleger e depor governantes, sempre com base na exclusiva e indispensável prática do debate no campo das idéias. Hoje, todavia, por mais que esforços sejam feitos por parte da sociedade como um todo, mobilizando-se e exigindo transparência governamental; fichas limpas para a efetiva participação nos pleitos eleitorais; fidelidade partidária; voto distrital e uma série de outras ações básicas que representariam a mudança necessária no ambiente político brasileiro, continuamos reféns de um autoritarismo velado que elimina as possibilidades, por mais remotas que sejam, de construirmos uma sociedade verdadeiramente democrática, valorizando as instituições que foram concebidas com a finalidade de promover o debate e assim encontrar, juntos, a solução para os embates naturais neste ambiente.
Mas, a realidade não é esta. Baseados exclusivamente na teoria do questionável Nicolau Maquiavel, defensor da teoria de que a política é uma área do saber que independe da moral e da religião e de que “os fins justificam os meios”, estamos todos sendo gradativamente empurrados para o abismo da ignorância e voltando ao estado de natureza em que o homem é um ser inferior e a caverna o melhor lugar para a sua permanência.
O PMDB não pode ser assim! Não podemos sucumbir à idéia de que os resultados, os números positivos de um governo, por si só, sejam suficientes para justifica-lo. Há que se observar que ninguém, muito menos um governo, é tão ruim que não possa piorar ou tão bom que não possa ser melhor e para isso, é imprescindível que os agentes promotores da política estejam conscientes do seu papel e as instituições, sobretudo as que foram criadas para este fim, sólidas e efetivamente comprometidas com a sua essência: Promover o debate e exigir que as decisões sejam fruto desses debates.
O maior partido do Brasil, o PMDB, que no Espírito Santo foi o grande vencedor das eleições em 2008, elegendo 22 prefeitos, 15 vice-prefeitos, 109 vereadores e participou ativamente e institucionalmente de todos os diálogos em torno das candidaturas nos 78 municípios capixabas, não pode ser preterido pelo modelo de política, cujas bases, não contempla o respeito à instituição partidária e por conseqüência, os indivíduos que a compõem. O PMDB não merece isso. Os capixabas não merecem isso. Tudo o que foi construído até aqui, desde meados de 2007, quando o deputado federal Lelo Coimbra assumiu a presidência do PMDB capixaba, não pode simplesmente ser jogado na lata de lixo, como se o trabalho, ou seja, os encontros regionais, as incontáveis reuniões e o sonho dos peemedebistas capixabas em tornar a ver o PMDB revolucionando, e desta vez de forma ainda mais vibrante através dos cursos de formação política oferecidas pela Fundação Ulysses Guimarães, não significasse absolutamente nada.
O PMDB é muito maior do que toda a soberba e desfaçatez existente no ambiente da política, entretanto, é necessário estarmos firmes, e juntos, venceremos a presunção e a arrogância que tenta nos inviabilizar.
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