A usina de álcool, açúcar e mais recentemente de energia de Conceição da Barra, a Alcon, é um grande empreendimento e motivo de orgulho, não apenas para o povo barrense, mas para o pequenino e surpreendente Estado do Espírito Santo. Localizada às margens da BR 101 norte, a empresa pode ser vista por todos que necessitam trafegar na rodovia, seja a trabalho ou passeio. Cresceu muito e as chaminés de suas caldeiras, podem ser vistas a longa distância.
Sua história, que remonta décadas, certamente deverá ser registrada em livro, a partir do momento em que o seu fundador, Nerzy Dalla Bernardina, entender ser o momento e revelar a todos o seu segredo, embora, todos já saibamos: Trabalho!
No ano de 2020, talvez o mais desafiante de toda a história para o Brasil e o Mundo, a Alcon foi considerada a indústria número 1 do Estado, segundo os critérios da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo, a FINDES. Não é pouca coisa para um empreendimento familiar e que se mantém no mercado há tanto tempo, enfrentando intempéries das mais variadas e imagináveis, sem perder seu norte, seus princípios e sua razão de existir.
Hoje, com mais de 2.000 empregos diretos e outros tantos indiretos, a Alcon se tornou a responsável por cerca de 60% dos impostos do município de Conceição da Barra-ES, o que significa dizer que a sua presença funciona como se fosse a espinha dorsal de um lugar cuja economia, um dia, foi a Pesca e o Turismo. Hoje, não mais.
Como todo grande empreendimento, sofre críticas mas muitas dessas críticas não correspondem ao que de fato definem a empresa para o município e sua população.
A monocultura da cana-de-açúcar, por exemplo, está longe de ser o mal propagado por alguns, principalmente se comparado à gigantesca área ocupada por eucalipto. Este sim, ocupante de mais de dois terços do território agricultável.
Se formos considerar o território que é ocupado por cana e o que tem de eucalipto plantado, sem sombra de dúvidas o primeiro ocupa infinitamente menos e gera muito mais emprego, renda e esperança, tanto para o povo barrense, quanto para os vizinhos. Sim, o eucalipto é importante, mas não mais que a cana. Não para nós, povo barrense.
Quem me acompanha pelas redes sociais e se atenta ao que escrevo, sabe que o meu maior e mais sincero interesse é que o município de Conceição da Barra, minha terra querida, supere os desafios e volte a ser um lugar de oportunidades, de vida digna, onde as pessoas possam criar os filhos e mantê-los, sem a necessidade de mudar-se para outra cidade, quando crescem.
No entanto, para que isto aconteça precisamos buscar nos bons exemplos, nas experiências que deram certo, o estímulo e reproduzi-las em todos os outros setores da sociedade, seja no público ou no privado.
É preciso estar atento a tudo o que acontece e procurar reconhecer no sucesso alheio, a maneira certa de agir. As pessoas e empresas que geram emprego, renda e consequentemente dignidade, devem ser reconhecidas e agindo assim, facilitaremos a criação de um ambiente de unidade, em que nossa opinião tenha peso, relevância, diante das eventuais decisões políticas que afetam nossa vida em sociedade. Nos afetam a todos.
O território agricultável de Conceição da Barra está basicamente comprometido com as monoculturas de eucalipto e cana, porém, ao comparar o que uma e outra cultura ocupa e os benefícios que ambas possibilitam à população, não há nenhuma dúvida de que a Alcon, caso deixasse de existir (espero que nunca) nos faria muito mais falta do que a grande companhia de papel e celulose, a Suzano.
Diferentemente da Disa, a outra usina de álcool do Município e que hoje é só saudosismo e um amontoado de sucata, a Alcon brilha intensamente e sua diretoria, que tem a frente Nerzy Dalla Bernardina Júnior, merece os aplausos por estar continuamente avançando em conformidade com os ensinamentos de seu pai, a quem até hoje, após beijá-lo, repete um gesto de quando era criança e que acho muito bacana: Benção pai!
Carlos Quartezani
Jornalista e micro empreendedor barrense