segunda-feira, 12 de abril de 2021

A crueldade do confundir para não precisar explicar

Quem me conhece sabe que sou da política e estou sempre envolvido naquilo que acredito ser o papel de quem está na política. O fato de não ocupar nenhum cargo político, é um detalhe cujas razões não é o objeto do presente texto, portanto, vamos ao que realmente interessa, antes que você desista de continuar essa parceria bacana entre aquele que escreve e o que gentilmente, lê.

Os tempos modernos e a velocidade da informação, trouxeram diversos benefícios para a vida em sociedade. Neste momento, por exemplo, esboço uma ideia e que daqui há alguns minutos, estará disponível para tantas pessoas que não dá para sequer imaginar. O que me faz lembrar do tempo em que estava sendo contratado por uma grande empresa, que se instalara na região onde vivo, e esta necessitava de datilógrafos. Me senti muito bem ao conhecer o equipamento que seria meu instrumento de trabalho durante algum tempo: Uma máquina de datilografia da marca Olivetti, modelo ET112, top de linha em 1990.

O tempo passou e sequer consigo uma palavra que possa comparar com precisão as mudanças deste ano de 1990 para cá. No entanto, nem tudo são flores nessa velocidade estonteante no que se refere à tecnologia em geral e em especial, à comunicação. 

Não é raro identificar pessoas que não conseguiram aprimorar sua capacidade de assimilação e apesar de toda disponibilidade, não se situou e, via de regra, tornou-se mais uma vítima da mazela que dá título ao presente texto.

Como disse no início, sou da política e como tal penso que meu papel é também tentar desmistificar alguns conceitos que foram elaborados sobre a mesma, arraigados no senso comum e que por mais que não ajudem a extrair resultados satisfatórios, não saem da mente e do coração das pessoas. 

A simplificação do que seria a democracia, um jogo de "toma lá dá cá" entre eleitor e candidato, reduziu muito o ambiente para a construção do novo, do moderno, do que funciona melhor e custando menos.

As pessoas abrem mão de discutir possibilidades porque não são estimuladas a isto na política. Tempo integral são envolvidas numa teia de temas secundários ou que no mínimo, não nos encaminham para um futuro de oportunidades, por causa da necessidade em conquistar apenas a sua simpatia, no lugar de transformar aquele indivíduo numa célula importante para a construção de uma ideia que traga de fato, benefício à sua comunidade e quando uso a expressão "comunidade" estou me referindo ao planeta inteiro.

Tudo que requer esforço não encontra muitos adeptos. É muito mais fácil, para atingir seus objetivos, não explicar muito as coisas e deixar se levar pela onda do senso comum. Dificultando, torna-se fácil oferecer soluções impraticáveis mas que soam como música aos ouvidos daqueles que não querem entender que toda moeda tem dois lados.

Termino por aqui o meu texto que pode ser longo e subjetivo para muitos, mas que pode alcançar aqueles a quem, acredito,  possa ser um facilitador para os que ainda preferem o ilusionismo, mesmo sabendo que não nos levará a lugares diferentes e melhores do que aqueles que nos levaram até hoje.


Carlos Quartezani

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