quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Liberdade, abre as asas sobre nós

Hannah Arend't, filósofa judia que destrinchou o fenômeno do totalitarismo e o condenou como uma involução da raça humana, afirmava que a política é a ação em favor do convívio em sociedade e que o silêncio, diante do absurdo, alimenta aquilo que mais queremos evitar.

A crueldade do totalitarismo, cuja referência maior do século XX foram os nazistas na Alemanha e os comunistas na Rússia, é que tem por instrumento aniquilar o pensamento, a capacidade de fazer o julgamento e assim, a partir do seu julgar, escolher o que entende ser o melhor para todos.

O totalitarismo anula o ser humano naquilo que lhe é mais caro, mais sagrado, que é a liberdade de fazer escolhas. 

Que a liberdade de fazer escolhas abra as asas sobre nós e democraticamente possamos gritar aos quatro ventos que somos de fato livres.

Carlos Quartezani

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Escrito nas estrelas

Eu sempre defendi o parlamentarismo porque acredito que o poder concentrado, neste caso no poder Executivo, aumenta as chances do erro ao passo que quando essa decisão é compartilhada, as chances de acerto são maiores.

O preâmbulo desse texto é para que o leitor compreenda claramente o meu ponto de vista a respeito de um problema em Conceição da Barra-ES que não é novo, mas que poderia já ter sido pelo menos amenizado, se o Parlamento tivesse o poder de fato e não apenas de direito.

Ocorre que com o avanço do mar, uma realidade que se verifica em todo Globo terrestre mas em especial no nosso país e mais especificamente ainda no nosso Estado, persegue a cidade que nasceu de um beijo e mesmo com uma importante obra de contenção no governo Paulo Hartung, o problema perdura, já que essa contenção que impediu a destruição do centro histórico da cidade, refletiu em outra faixa da praia, a saber, o bairro Guaxindiba.

Pois bem, voltando a questão inicial e que me provocou a escrever o presente texto, o avanço do mar revelou mais um problema e que poderia ter sido evitado, se a atividade parlamentar não fosse uma mera formalidade.

Ocorre que uma escola foi construída, no governo municipal anterior, justamente nesse bairro onde o possível reflexo da contenção poderia ocorrer. O resultado é que um volume muito grande de recursos públicos agora estão ameaçados, caso o mar se aproxime mais de onde a escola foi construída.

A função do Parlamento, além de fiscalizar o poder Executivo é propôr, discutir, analisar viabilidades e chegar a uma conclusão em conjunto com os outros poderes, sobre o que é mais apropriado fazer. Enquanto for apenas uma atividade de pouca relevância e o poder supremo é apenas do Executivo, pouco ou nada mudará no tocante à redução dos erros.

Agora é pedir providência divina, já que faltou aos seres humanos a coerência tão fundamental, sobretudo quando envolve dinheiro público.

Carlos Quartezani