terça-feira, 17 de outubro de 2023

Política uma dádiva humana

A política é um mecanismo criado pelo homem que se viu num dilema envolvendo sua própria existência: Os conflitos eram resolvidos à espada. 

A solução, tendo como única ferramenta a espada, não apresentava um resultado satisfatório. A tendência seria, certamente, o extermínio da raça humana. Daí surge a política, da necessidade de se ter solução para os conflitos, sem o alto custo de vidas humanas. 

Nem sempre foi possível soluções pacíficas, a partir do exercício da política e a prova disso são as mais diversas guerras, seja entre países ou até mesmo no próprio país, as chamadas guerras civis.

Contudo, antes da política, não havia qualquer possibilidade de se estabelecer um acordo entre as partes. A política foi quem trouxe essa possibilidade.

Embora pouco valorizada nos tempos de hoje, a política não perdeu sua importância, pelo contrário, nunca se fez tão necessária. Seu valor questionado, fruto do pouco ou nenhum esforço dos que deveriam enaltecê-la, via de regra se revela nos momentos de crise. É como um guarda-chuva que você esquece em qualquer lugar quando não está chovendo, mas lamenta quando não o tem a mão no tempo chuvoso.

Em tempos de graves conflitos entre países no mundo e entre cidadãos no Brasil que erroneamente acham que política é duelo mortal, deixo a reflexão sobre a importância da política como o mecanismo de paz, de construção de acordos cujo objetivo mor, é uma sociedade livre, justa e próspera.

Que sigamos em frente, lutando no campo das ideias, divergindo e convergindo, mas nunca nos esquecendo que o mais importante, é a nossa perpetuação enquanto raça humana.

Entender e praticar a política é uma obrigação de quem compreende o seu papel no processo civilizatório da humanidade.

Carlos Quartezani

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

A cidade do já teve

Vou tratar de um tema aqui e espero que as pessoas que lerem o texto, o encaminhem como algo que sugere reflexão e não uma crítica ácida pois não é este o meu perfil e nem muito menos, meu objetivo.

Estou fora da cidade já há algum tempo mas não me desvencilhei afetivamente de Conceição da Barra, por isto os fatos continuam sendo do meu interesse, principalmente quando retrata algo que precisa mudar, para o bem da cidade.

O fato ao qual me refiro e logo você entenderá onde eu quero chegar é o encerramento das atividades do clube social Aldeia, um espaço privado e que infelizmente não viu saída para a sua permanência.

Não se trata de apenas um espaço de lazer que fecha, um fato normal para quem conhece um pouco sobre investimentos e o vínculo que existe entre sua existência e a viabilidade. Não, não é simples assim. Trata-se de mais um sintoma de que algo não vai bem e o reflexo se vê também na viabilidade de um clube social.

Quando estaremos prontos para admitir que sem uma mínima união, sem brigas pessoais que não nos levam a nenhum lugar e sem a visão de que não temos mais condições de tratar o que é profissional com amadorismo, o sucesso ficará a cada dia mais distante da cidade que nasceu de um beijo?

Sinceramente, é muito difícil assistir a tudo isto, entra ano e sai ano, sem no mínimo expressar preocupação e tristeza. 

Ainda que saibamos que nem tudo é papel do governo, afinal tem uma dose cavalar de indiferença de certos setores da sociedade, cabe sim, aos eleitos, serem fonte de inspiração e principalmente, o exercício da inteligência, para canalizar recursos aonde haja possibilidades de geração de emprego e renda, sem as quais, não existe viabilidade, nem para um clube e nem para nada.

O povo, por sua vez, precisa entender que investimento em eventos não é "dinheiro jogado fora", frase que escuto rotineiramente acompanhada sempre da indefectível frase "tem que investir em educação e saúde". 

Evidente que educação e saúde são fundamentais, mas se não houver investimento público em setores que gerem emprego e renda, a educação e a saúde falecem pois é através dos impostos gerados por quem consome, que surge o investimento para esses setores fundamentais.

O clube Aldeia, para ficar bem claro aos que me lêem, de fato nada tem a ver com o poder público, no entanto, sempre que um prestador de serviços fecha as portas, o problema é bem mais complexo do que o que envolve a gestão desta prestadora de serviços.

Não tenho conhecimento detalhado dos motivos que levaram ao fechamento do clube, mas por ser um observador atento, tenho quase certeza que algumas das razões foram abordadas neste texto, que compartilho com aqueles que me acompanham neste democrático espaço chamado rede social.

Carlos Quartezani