Recentes pesquisas encomendadas com o objetivo de especular sobre quais seriam os nomes mais cotados para vencer as eleições 2010 para os cargos de governador do Estado do Espírito Santo e as duas vagas para representantes no Senado Federal, apontaram, entre outros, um dado interessante e preocupante, embora não surpreendente. A metade dos entrevistados disse que não se interessa pelos assuntos relacionados à política e quase 90% sabem que haverão eleições, entretanto, afirmam não gostar e não acompanhar os acontecimentos políticos.
Vejamos: Se considerarmos que o nosso Estado, cuja população está em torno de 3,5milhões de habitantes, tem pouco mais de 2 milhões de eleitores significa afirmar que algo em torno de 1 milhão de pessoas decidirão o seu voto sem utilizar qualquer critério considerado aceitável, com o detalhe de tratar-se de uma eleição que decidirá quem governará o Estado (78 municípios) por quatro anos, mandato este que poderá estender-se para oito anos.
Reflitam comigo: Onde realmente está a nossa crise? Nos R$400milhões ao ano que não vamos perder dos royalties, com a proposta estapafúrdia do deputado federal Ibsen Pinheiro pretendendo dividir com os demais estados brasileiros uma riqueza que pertence exclusivamente aos estados produtores de petróleo? Ou seria os problemas envolvendo a segurança pública, que definitivamente não é uma exclusividade do nosso estado, haja visto que a criminalidade explode em lugares onde a pujança econômica passa a ser um ponto desfavorável, quando fomenta a ganância e a falta total de altruísmo por parte de grande parte da população, “beneficiada”, inclusive, com uma vida de consumo frenético e sem tempo para observar o monstro que estão criando, muitas vezes dentro de suas próprias casas? Não! Definitivamente, os royalties do petróleo e a segurança pública não são a nossa pior crise.
Nossa verdadeira crise está concentrada na nossa incapacidade de perceber que podemos ser muito mais do que somos, se decidirmos agir, participar e entender as matizes da política. Homens e mulheres inteligentes administram e governam com aquilo que têm à sua disposição, e se o que eles têm a disposição são milhares de pessoas que não querem entender a política, está aberto o caminho para oferecer aquilo que na sua concepção é o melhor para a maioria, ou seja, o ambiente para o autoritarismo é estabelecido sem a necessidade de golpes como o que levou o Brasil e toda a América Latina a amargar o mais sombrio de todos os momentos políticos já vividos em nosso Continente: A ditadura militar.
Particularmente, rendo minhas homenagens aos companheiros do PMDB do Rio Grande do Sul que através da Fundação Ulysses Guimarães são os pioneiros de uma verdadeira revolução silenciosa. Através do EAD (Ensino à Distância) vêm disseminando a idéia em todo o Brasil de que o conhecimento, sobretudo nas questões relativas à atividade política, é essencial para que o nosso país seja de fato, de todos. Os cursos de formação política oferecidos gratuitamente à toda população, não irão promover milagres e transformar todos os cidadãos em deputados, senadores, vereadores, etc... mas têm a função primordial de promover um despertar generalizado para uma lógica que há séculos vem tentando se consolidar, mas o desinteresse das pessoas pelo conhecimento e a informação constitui-se em seus principais obstáculos.
Aqui na minha região há um ditado popular que diz: “Em terra de cego quem tem um olho é rei”. Não podemos nos contentar em sermos todos cegos em busca de alguém que tenha um olho só para nos guiar. Devemos ser guiados por alguém que enxergue com os dois olhos e que na medida em que este venha vacilar em sua capacidade de enxergar, estejamos com os nossos olhos sadios, abertos e atentos para exigir uma mudança de rumo imediata, sob pena de não conseguirmos mais retornar e acertar a nossa rota.
quarta-feira, 31 de março de 2010
sexta-feira, 19 de março de 2010
Uma obra de todos
Quando reflito sobre os momentos de extrema dificuldade que vivemos em Conceição da Barra, com o avanço do mar sobre a cidade, a auto-estima do povo em baixa e o município praticamente sendo esquecido pelos turistas, avalio o quanto tudo isso foi necessário para que pudéssemos perceber a importância do trabalho em conjunto e o seu efetivo sucesso.
Ao contrário do que acontece no ambiente empresarial, em que os administradores decidem e as pessoas cumprem, no ambiente político, e este é o caso, não é tão simples assim. As ações devem ser criteriosamente analisadas para que não fira as Leis que regem o nosso país, além da observância da soberana vontade do povo. Em meio a todo este emaranhado de dificuldades que envolvem a administração pública, Conceição da Barra tinha pela frente um problema de proporções gigantescas e que não se poderia resolver, em definitivo, com atitudes baseadas exclusivamente na opinião das pessoas. Era preciso um estudo técnico para que o trabalho fosse desenvolvido sem desperdiçar os parcos recursos públicos.
Neste contexto, o da responsabilidade e o bom senso nas decisões que envolvem esses recursos, há um ingrediente que se destaca nos problemas envolvendo a orla de Conceição da Barra: A solidariedade humana. Como esquecer que em 2001, quando os cofres da administração municipal eram praticamente para o pagamento dos servidores públicos, a equipe de governo liderada pelo ex-prefeito Chico Donato (PMDB) e o maciço apoio dos vereadores à época, investiram R$4,2milhões na orla, numa intervenção que embora não definitiva (estava prevista num projeto nos mesmos moldes do que está sendo executado hoje), impediu que o mar avançasse sobre casas localizadas no centro da cidade, ameaçando inclusive a histórica igreja de Nossa Senhora da Conceição, um dos pontos turísticos e culturais da cidade. Os recursos para esta providencial obra, vieram de uma parceria que contou com a bancada federal capixaba e empresas que são merecedoras de todo o nosso respeito e, sobretudo, gratidão, como são os casos da Petrobrás, Aracruz e CST.
Ainda falando sobre solidariedade, como não citar mais recentemente as ações do governo municipal do ex-prefeito Manoel Pé de Boi que permitiu a conquista de R$6milhões em verbas federais, numa clara demonstração de que a paixão por Conceição da Barra, sempre expressa em suas lágrimas, contribuíram para esta grande conquista. A maturidade e a experiência do ex-prefeito, também foram atributos essenciais para que esses recursos fossem recambiados ao Governo Estadual, colaborando para que o governo Paulo Hartung executasse hoje uma obra de grandes proporções no município, equivalente a R$50milhões.
Não posso encerrar minhas palavras, sem citar o brilhantismo da sociedade civil não apenas do município, mas de todo o Estado, representada especialmente pela imprensa, na qual destaco o jornal Tribuna do Cricaré, essencial na construção de todo esse movimento político em favor da realização da obra em Conceição da Barra e, evidentemente, os cidadãos barrenses que através do empresariado local mobilizaram-se, criaram uma associação e conseguiram despertar a atenção de todos para o problema.
Quem tem história para contar tem o direito de faze-lo, porém, para quem ainda não tem, resta-nos torcer para que, se houverem histórias para contar, representem momentos de intensa alegria como a que estamos vivendo nos últimos dias em nosso município. Ao nosso governador Paulo Hartung (PMDB), rendo minhas homenagens por estar sendo um vetor de toda esta felicidade verificada nos olhos de cada barrense e que muitos não acreditavam ser possível voltar a presenciar. Muito obrigado a todos, pois, esta obra, é de todos.
Ao contrário do que acontece no ambiente empresarial, em que os administradores decidem e as pessoas cumprem, no ambiente político, e este é o caso, não é tão simples assim. As ações devem ser criteriosamente analisadas para que não fira as Leis que regem o nosso país, além da observância da soberana vontade do povo. Em meio a todo este emaranhado de dificuldades que envolvem a administração pública, Conceição da Barra tinha pela frente um problema de proporções gigantescas e que não se poderia resolver, em definitivo, com atitudes baseadas exclusivamente na opinião das pessoas. Era preciso um estudo técnico para que o trabalho fosse desenvolvido sem desperdiçar os parcos recursos públicos.
Neste contexto, o da responsabilidade e o bom senso nas decisões que envolvem esses recursos, há um ingrediente que se destaca nos problemas envolvendo a orla de Conceição da Barra: A solidariedade humana. Como esquecer que em 2001, quando os cofres da administração municipal eram praticamente para o pagamento dos servidores públicos, a equipe de governo liderada pelo ex-prefeito Chico Donato (PMDB) e o maciço apoio dos vereadores à época, investiram R$4,2milhões na orla, numa intervenção que embora não definitiva (estava prevista num projeto nos mesmos moldes do que está sendo executado hoje), impediu que o mar avançasse sobre casas localizadas no centro da cidade, ameaçando inclusive a histórica igreja de Nossa Senhora da Conceição, um dos pontos turísticos e culturais da cidade. Os recursos para esta providencial obra, vieram de uma parceria que contou com a bancada federal capixaba e empresas que são merecedoras de todo o nosso respeito e, sobretudo, gratidão, como são os casos da Petrobrás, Aracruz e CST.
Ainda falando sobre solidariedade, como não citar mais recentemente as ações do governo municipal do ex-prefeito Manoel Pé de Boi que permitiu a conquista de R$6milhões em verbas federais, numa clara demonstração de que a paixão por Conceição da Barra, sempre expressa em suas lágrimas, contribuíram para esta grande conquista. A maturidade e a experiência do ex-prefeito, também foram atributos essenciais para que esses recursos fossem recambiados ao Governo Estadual, colaborando para que o governo Paulo Hartung executasse hoje uma obra de grandes proporções no município, equivalente a R$50milhões.
Não posso encerrar minhas palavras, sem citar o brilhantismo da sociedade civil não apenas do município, mas de todo o Estado, representada especialmente pela imprensa, na qual destaco o jornal Tribuna do Cricaré, essencial na construção de todo esse movimento político em favor da realização da obra em Conceição da Barra e, evidentemente, os cidadãos barrenses que através do empresariado local mobilizaram-se, criaram uma associação e conseguiram despertar a atenção de todos para o problema.
Quem tem história para contar tem o direito de faze-lo, porém, para quem ainda não tem, resta-nos torcer para que, se houverem histórias para contar, representem momentos de intensa alegria como a que estamos vivendo nos últimos dias em nosso município. Ao nosso governador Paulo Hartung (PMDB), rendo minhas homenagens por estar sendo um vetor de toda esta felicidade verificada nos olhos de cada barrense e que muitos não acreditavam ser possível voltar a presenciar. Muito obrigado a todos, pois, esta obra, é de todos.
sexta-feira, 5 de março de 2010
O complicado caminho fácil
As palavras-chave que compõem o título do presente texto (complicado e fácil) são, por definição, antônimas. Não resta a menor dúvida sobre isso. Porém, o leitor passará a compreender o que quero dizer na medida em que tentar se aprofundar no tema e direcionar um outro olhar para as questões quase sempre ignoradas pelas pessoas, mas que constitui o epicentro de todas as mazelas políticas e que deságuam sempre no social.
Quando alguém do bem executa movimentos no sentido de penetrar no universo político, cheio de boas intenções e ansioso por fazer ou participar de alguma boa obra, os equívocos se sucedem quase que em cascata. O primeiro deles é não buscar o equilíbrio espiritual tão importante em qualquer atividade que desenvolvemos. O segundo é não amadurecer a idéia junto aos familiares preparando-os psicologicamente para as mais diversas agruras que permeiam este universo. Calúnia, difamação e traição, são ingredientes que poderiam ser chamados de inevitáveis no modelo de política que pratica-se no país. E aproveito para ressaltar que definitivamente A VERDADEIRA POLÍTICA NÃO É ISSO.
Por último, um dos princípios básicos que deve nortear qualquer um que queira mergulhar nesse universo, e a grande maioria não o faz, é ENTENDE-LO. Ora, mas o que seria ENTENDER a política? Não basta filiar-se a um partido qualquer, juntar alguns reais e gasta-lo numa campanha eleitoral e assim ser competitivo na busca por um mandato? Eu respondo: Não! Não é isso! Conheço alguns que ganharam, mas não levaram. Até concluíram o mandato conforme estabelece nossas leis eleitorais, entretanto, o desconhecimento profundo da atividade política, confundida na maioria dos casos com um assistencialismo cujos interesses não se resume simplesmente em ajudar um semelhante, mas doutrina-lo a votar em seu “ajudador” na próxima eleição, fizeram com que essas pessoas, mesmo que em muitos momentos achavam estar fazendo a coisa certa, despencassem do poder que haviam conquistado e voltaram para sua antiga realidade, bem pior do que estavam antes.
Conhecer a política não é copiar tudo o que já foi feito, argumentando que não há outra forma de faze-lo. O caminho fácil é este: Copiar o que já foi feito antes e vencer as eleições sem nenhuma preocupação sobre o mal que estamos fazendo à coletividade quando lhe negamos o direito de enxergar o mundo por um outro ângulo. O caminho difícil é oferecer à sociedade o direito de pensar e agir conforme a sua convicção a partir do conhecimento que lhe foi oferecido, através dos debates no campo das idéias, em detrimento ao horror promovido por aqueles que preferem continuar apostando na nossa ignorância, para que se perpetuem no poder, transformando o que deveria ser transitório, em eterno.
O caminho fácil é trilhado até hoje, pois ainda não fomos encorajados a acreditar no novo. Eu, todavia, sou um otimista incorrigível e acredito que se aproxima um tempo em que os homens terão orgulho de ser honestos, sobretudo, consigo mesmo, conscientes de que sua vida é um eterno realite show e que cada movimento seu está sendo observado por todos. Na qualidade de um “ser político”, como todos somos, conclamo à classe política a defender a oferta de qualificação no setor. Enquanto formos meros imitadores de tudo isso que aí está, estaremos obrigando à nossa geração a escrever mais um capítulo medíocre da história política em nosso país. Que procuremos ser altruístas, organizados e nos mirar no exemplo dos animais que mesmo sem a capacidade de raciocinar, enfileiram-se para fazer o seu trabalho ao sentirem aproximar-se um longo e tenebroso inverno. Não somos como as formigas, mas bem que poderíamos observar o seu comportamento e copiá-las, afinal, a menos que haja um terremoto, por falta de alimento elas não morrerão.
Quando alguém do bem executa movimentos no sentido de penetrar no universo político, cheio de boas intenções e ansioso por fazer ou participar de alguma boa obra, os equívocos se sucedem quase que em cascata. O primeiro deles é não buscar o equilíbrio espiritual tão importante em qualquer atividade que desenvolvemos. O segundo é não amadurecer a idéia junto aos familiares preparando-os psicologicamente para as mais diversas agruras que permeiam este universo. Calúnia, difamação e traição, são ingredientes que poderiam ser chamados de inevitáveis no modelo de política que pratica-se no país. E aproveito para ressaltar que definitivamente A VERDADEIRA POLÍTICA NÃO É ISSO.
Por último, um dos princípios básicos que deve nortear qualquer um que queira mergulhar nesse universo, e a grande maioria não o faz, é ENTENDE-LO. Ora, mas o que seria ENTENDER a política? Não basta filiar-se a um partido qualquer, juntar alguns reais e gasta-lo numa campanha eleitoral e assim ser competitivo na busca por um mandato? Eu respondo: Não! Não é isso! Conheço alguns que ganharam, mas não levaram. Até concluíram o mandato conforme estabelece nossas leis eleitorais, entretanto, o desconhecimento profundo da atividade política, confundida na maioria dos casos com um assistencialismo cujos interesses não se resume simplesmente em ajudar um semelhante, mas doutrina-lo a votar em seu “ajudador” na próxima eleição, fizeram com que essas pessoas, mesmo que em muitos momentos achavam estar fazendo a coisa certa, despencassem do poder que haviam conquistado e voltaram para sua antiga realidade, bem pior do que estavam antes.
Conhecer a política não é copiar tudo o que já foi feito, argumentando que não há outra forma de faze-lo. O caminho fácil é este: Copiar o que já foi feito antes e vencer as eleições sem nenhuma preocupação sobre o mal que estamos fazendo à coletividade quando lhe negamos o direito de enxergar o mundo por um outro ângulo. O caminho difícil é oferecer à sociedade o direito de pensar e agir conforme a sua convicção a partir do conhecimento que lhe foi oferecido, através dos debates no campo das idéias, em detrimento ao horror promovido por aqueles que preferem continuar apostando na nossa ignorância, para que se perpetuem no poder, transformando o que deveria ser transitório, em eterno.
O caminho fácil é trilhado até hoje, pois ainda não fomos encorajados a acreditar no novo. Eu, todavia, sou um otimista incorrigível e acredito que se aproxima um tempo em que os homens terão orgulho de ser honestos, sobretudo, consigo mesmo, conscientes de que sua vida é um eterno realite show e que cada movimento seu está sendo observado por todos. Na qualidade de um “ser político”, como todos somos, conclamo à classe política a defender a oferta de qualificação no setor. Enquanto formos meros imitadores de tudo isso que aí está, estaremos obrigando à nossa geração a escrever mais um capítulo medíocre da história política em nosso país. Que procuremos ser altruístas, organizados e nos mirar no exemplo dos animais que mesmo sem a capacidade de raciocinar, enfileiram-se para fazer o seu trabalho ao sentirem aproximar-se um longo e tenebroso inverno. Não somos como as formigas, mas bem que poderíamos observar o seu comportamento e copiá-las, afinal, a menos que haja um terremoto, por falta de alimento elas não morrerão.
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