As palavras-chave que compõem o título do presente texto (complicado e fácil) são, por definição, antônimas. Não resta a menor dúvida sobre isso. Porém, o leitor passará a compreender o que quero dizer na medida em que tentar se aprofundar no tema e direcionar um outro olhar para as questões quase sempre ignoradas pelas pessoas, mas que constitui o epicentro de todas as mazelas políticas e que deságuam sempre no social.
Quando alguém do bem executa movimentos no sentido de penetrar no universo político, cheio de boas intenções e ansioso por fazer ou participar de alguma boa obra, os equívocos se sucedem quase que em cascata. O primeiro deles é não buscar o equilíbrio espiritual tão importante em qualquer atividade que desenvolvemos. O segundo é não amadurecer a idéia junto aos familiares preparando-os psicologicamente para as mais diversas agruras que permeiam este universo. Calúnia, difamação e traição, são ingredientes que poderiam ser chamados de inevitáveis no modelo de política que pratica-se no país. E aproveito para ressaltar que definitivamente A VERDADEIRA POLÍTICA NÃO É ISSO.
Por último, um dos princípios básicos que deve nortear qualquer um que queira mergulhar nesse universo, e a grande maioria não o faz, é ENTENDE-LO. Ora, mas o que seria ENTENDER a política? Não basta filiar-se a um partido qualquer, juntar alguns reais e gasta-lo numa campanha eleitoral e assim ser competitivo na busca por um mandato? Eu respondo: Não! Não é isso! Conheço alguns que ganharam, mas não levaram. Até concluíram o mandato conforme estabelece nossas leis eleitorais, entretanto, o desconhecimento profundo da atividade política, confundida na maioria dos casos com um assistencialismo cujos interesses não se resume simplesmente em ajudar um semelhante, mas doutrina-lo a votar em seu “ajudador” na próxima eleição, fizeram com que essas pessoas, mesmo que em muitos momentos achavam estar fazendo a coisa certa, despencassem do poder que haviam conquistado e voltaram para sua antiga realidade, bem pior do que estavam antes.
Conhecer a política não é copiar tudo o que já foi feito, argumentando que não há outra forma de faze-lo. O caminho fácil é este: Copiar o que já foi feito antes e vencer as eleições sem nenhuma preocupação sobre o mal que estamos fazendo à coletividade quando lhe negamos o direito de enxergar o mundo por um outro ângulo. O caminho difícil é oferecer à sociedade o direito de pensar e agir conforme a sua convicção a partir do conhecimento que lhe foi oferecido, através dos debates no campo das idéias, em detrimento ao horror promovido por aqueles que preferem continuar apostando na nossa ignorância, para que se perpetuem no poder, transformando o que deveria ser transitório, em eterno.
O caminho fácil é trilhado até hoje, pois ainda não fomos encorajados a acreditar no novo. Eu, todavia, sou um otimista incorrigível e acredito que se aproxima um tempo em que os homens terão orgulho de ser honestos, sobretudo, consigo mesmo, conscientes de que sua vida é um eterno realite show e que cada movimento seu está sendo observado por todos. Na qualidade de um “ser político”, como todos somos, conclamo à classe política a defender a oferta de qualificação no setor. Enquanto formos meros imitadores de tudo isso que aí está, estaremos obrigando à nossa geração a escrever mais um capítulo medíocre da história política em nosso país. Que procuremos ser altruístas, organizados e nos mirar no exemplo dos animais que mesmo sem a capacidade de raciocinar, enfileiram-se para fazer o seu trabalho ao sentirem aproximar-se um longo e tenebroso inverno. Não somos como as formigas, mas bem que poderíamos observar o seu comportamento e copiá-las, afinal, a menos que haja um terremoto, por falta de alimento elas não morrerão.
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