O poeta alemão Bertolt Brecht afirmava que “a miséria e a desgraça não vem como a chuva que cai do céu, mas através de quem tira lucro com isso”. Eu não sei exatamente, com detalhes (quero dizer), o que se passava na Alemanha ou nos demais países do mundo no tocante ao momento econômico e social da época, mas posso concluir que o poeta não apenas estava certo quando proferiu essas palavras, como esta realidade parece nos perseguir até hoje, embora não sejamos alemães. A aposta de que é preciso manter as pessoas no estado de natureza, como se referiu Tomas Hobbes em seu livro “O Leviatã”, não permitindo que elas visualizassem de onde vem a luz que entra pelas frestas da caverna, é o comportamento mais comum sobretudo nos assuntos relativos à Política.
Quando alguém se interessa em conhecer melhor este universo (o universo político), há uma avalanche de preocupações descabidas que beiram a insanidade. Para os políticos tradicionais e que não suportam a idéia de que a população desperte para um melhor entendimento sobre a importância de participar das decisões no âmbito político, tal comportamento soa como uma grande ameaça e não uma oportunidade de rever suas atitudes e aprimorar seus conceitos que até o presente momento não surtiram os efeitos desejados, ou seja, não promoveram mudanças substanciais sobretudo no que diz respeito à postura dos eleitores ao exercer a cidadania preferindo o que é melhor para a coletividade, utilizando critérios racionais oriundos do acesso ao conhecimento, propiciado pelo tão sonhado enfrentamento da classe política à falta de interesse do eleitorado pela educação.
A Fundação Ulysses Guimarães (FUG), entidade de cooperação do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o PMDB, que tem como finalidade desenvolver projetos de pesquisa, doutrinação e educação política, entre outras atividades afins, apresenta uma proposta à sociedade brasileira que permitirá ao cidadão escolher entre continuar alienado, votando simplesmente porque é obrigatório (ou, lamentavelmente, em troca de alguma benesse) ou capacitar-se para faze-lo de forma consciente, com critérios claros, sem o ranço do voto inconsciente, irresponsável e que quase sempre é justificado pela timidez das pessoas em reconhecer que não está capacitado para verificar se aquele individuo - o candidato - realmente preenche os requisitos para dirigir uma cidade, um estado ou até mesmo o País. Esta ferramenta, oferecida pela FUG, são os cursos de formação política que estão despertando em muitos cidadãos comuns o interesse em conhecer, de fato, como e porque há a necessidade de se ter um prefeito, governador, presidente, vereadores, deputados e senadores na estrutura de nossa organização social. Há resistências no meio político? É claro que há! Inclusive nos quadros do próprio partido, que por seu tamanho gigantesco reúne todos os tipos de personalidade, inclusive aquelas que não querem que as coisas mudem. Mas, com o tempo, essas pessoas também entenderão que não há outro caminho, que não seja o esclarecimento e o voto consciente, sob pena de a cada dia amargar mais um escândalo promovido por alguns que compõem esta classe.
Os cursos de formação política oferecidos gratuitamente pela FUG, tem esta fundamental e indispensável natureza: Despertar os cidadãos para a importância de conhecer a política através de seu lado positivo. Como disse um outro dia o vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço: “Sem a política, o caos estaria estabelecido”. E é com este objetivo, de não permitir que o caos se estabeleça, que precisamos avaliar o nosso verdadeiro papel e não ficar apenas acompanhando os noticiários escandalosos envolvendo políticos, como se nós (quando nos negamos a participar), não tivéssemos nada a ver com isso.
O conhecimento não cai do céu, como a chuva, mas através do Ensino à Distância a FUG está oferecendo a todos nós a oportunidade de pelos menos reduzir os lucros daqueles que apostam todas as sua fichas na nossa ignorância.
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