Como combateremos o mal que vem destruindo paulatinamente a essência de tão maravilhosa invenção grega, a política, se não temos disposição para "remar contra a maré"? As mudanças necessárias estão todas a um palmo dos nossos narizes, mas aqueles que se julgam (e são mesmo, segundo a vontade popular) donos do poder, ao invés de vir a público para defendê-la, pagar para ver mesmo, apenas surgem com mais um discurso demagogo e que só serve para aumentar a nossa decepção diante de tanta falta de coragem, justificada muitas vezes pela lógica capitalista.
Será que não há mais espaço para sonhar na política? Não temos mais o direito de acreditar que através da política colaboraremos para um país e um mundo melhor? É possível que as pessoas que estão sempre defendendo o "modelo que aí está" também queira o melhor para a coletividade, entretanto, em sua expressiva maioria, preferem que a população continue acreditando que não há alternativas, a não ser as que aí estão e que por sinal, apresentam resultados, parcos, mas apresentam.
Temos o direito de participar, de escolher o modelo que achamos melhor para a nossa cidade, estado e país, entretanto, somos literalmente engodados pelos tais "resultados" como se não fosse possível algo melhor.
No caso do meu estado, o Espirito Santo, havia uma grande possibilidade de uma disputa super-saudável entre duas propostas de governo que com toda certeza, resultaria em debates edificantes para toda a sociedade. Porém, por conta de uma estratégia da qual tenho restrições, fomos levados a "escolher" a única alternativa possível, tendo em vista que as forças políticas que convenceram a massa de que não havia outra forma melhor de governar o estado, se uniram em uma só voz, e então homologamos uma candidatura (um ótimo candidato diga-se de passagem), mas que poderia ter feito muito mais para o estado, se tivesse escolhido ir para o confronto das ideias, ao invés de aceitar o jugo do modelo já implantado.
Francamente não sei se o que penso será considerado por alguém nas próximas eleições mas, no caso específico das eleições municipais, gostaria que tudo fosse diferente... que as pessoas procurassem entender as razões da política e compreendesse que o debate, a discussão de ideias, é o que verdadeiramente justifica uma democracia. Não podemos simplesmente aceitar uma determinada proposta sem que haja a possibilidade de conhecer a alternativa e discutí-la num nível elevado, sem as rugas das questões pessoais que estão sempre permeando a política em todos os níveis, sem exceção.
Assim como a moeda, a democracia pressupõe dois lados, quando isso não acontece, está estabelecida a ditadura e isto, quem viveu ou já leu a respeito, sabe que é a pior escolha para todos.
Tenho feito a minha parte. Com a ajuda do projeto da Fundação Ulysses Guimarães, entidade ligada ao PMDB, estou levando para as pessoas, através de cursos de formação política à distância (EAD) a possibilidade de fazer com elas compreendam o seu papel na sociedade e percebam se realmente querem ser comandadas, direcionadas como um tropeiro que conduz a manada, ou ser protagonista de um governo no qual a vontade popular, baseada sobretudo no conhecimento que ela absorveu, seja o norteador para as políticas públicas que serão implementadas pelo governo que o povo escolheu, conscientemente.
Faça você também a sua parte! Busque o conhecimento, contribua para que o seu voto nas eleições não seja apenas a homologação de uma situação criada de forma ditatorial e que só foi possível porque você não estava no contexto para opinar e dizer que tem uma alternativa melhor para o que foi apresentado. Não se preocupe se você será uma "mosca mutilada", pense que é melhor lutar para se livrar da teia do que ficar admirando a aranha prevalecer sobre as outras moscas.
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