O primeiro ponto que quero realçar é que o secretário municipal de Saúde, Wagner Tonon, ao iniciar a Conferência, fez uma explanação, com recursos visuais inclusive, sobre como "estava" a Saúde no município (antes de 2009) e como se encontra neste momento. É legítimo que o responsável pela gestão de Saúde queira fazer um balanço de suas ações, aproveitando o momento que há pessoas para ouví-lo, entretanto, fazer comparações entre gestões anteriores, não é ético e principalmente, não contribui para que as pessoas presentes à Conferência sintam-se à vontade para dizer o que pensam, na medida em que suas informações, fugiram ao tema da Conferência. A reunião tratava exclusivamente dos eixos relativos ao Sistema Único de Saúde. Me pareceu mais um relatório de "prestação de contas" de obras e compra de equipamentos, num momento em que os temas a serem discutidos, diziam respeito às política públicas de saúde, mas, tudo bem, a maioria dos presentes eram servidores e já estão carecas de saber daquilo tudo.
Se há uma vontade de realizar Conferências Municipais e que não sejam meramente figurativas, como a que foi realizada ontem, é preciso que o Poder Público local faço uma avaliação sobre como procede na relação com as pessoas. Se não houve um número representativo de cidadãos na referida Conferência, o que é comum na atualidade em Conceição da Barra (infelizmente ninguém quer participar dos eventos políticos), é em função de uma grave falha nas relações com a população, obrigando inclusive, o Executivo a tomar medidas tardias de se criar "sub-secretarias" - ainda a ser aprovada ou não pela Câmara de Vereadores - na tentativa de estabelecer o diálogo com o povo. O secretário municipal de Saúde, Wagner Tonon, reconheceu publicamente que tem dificuldades em se relacionar com a comunidade, por não ser do município e por estar centrado exclusivamente na gestão da Saúde, razão pela qual, o prefeito Jorge Donatti propôs a criação de duas sub-secretarias que atenderão a Saúde Primária e a Urgência e Emergência, no âmbito municipal.
A Conferência foi realizada, com pouquíssima representatividade da sociedade civil e acredito que se não houver uma mudança de comportamento, sobretudo por parte da maneira em que o poder público lida com a questão da "participação das pessoas" nas decisões que toma, dificilmente teremos a população participando de eventos dessa natureza. Quanto a comparar a gestão da Saúde com outras gestões, só quero lembrar que há 2 anos não nasce um bebê em Conceição da Barra. A atual gestão começou em 2009. Embora o secretário tenha dito que dos 20 partos, 8 acontecem no município, há informações de que os registros de nascimento são feitos na cidade vizinha.
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