sexta-feira, 27 de abril de 2012

Uma geração que quer voar alto



É comum nas ruas de Conceição da Barra, ou até mesmo nas ruas de qualquer lugar nesse imenso Brasil a repulsa das pessoas, sobretudo jovens, quando o assunto é a política. Evidentemente que há muitas razões para isto, tendo em vista o grande número de escândalos envolvendo a política e os políticos e que os meios de comunicação, no exercício de sua função, fazem chegar ao grande público numa velocidade instantânea, dadas as facilidades proporcionadas pela rede mundial de computadores. Contudo, não é sobre o descrédito do povo em relação à política e os políticos, que quero tratar aqui. Quero falar de construção a varias mãos e exorcizar o paradigma do “salvador da pátria” e a mesmice do “nunca houve e nem haverá governo melhor (ou pior) do que este”.

A democracia na sua plenitude tem uma dinâmica interessante e que permite às pessoas buscar soluções para problemas comuns, pela via do debate de ideias. É claro que não estamos tendo bons exemplos neste sentido no Brasil, contudo, não podemos ignorar que é através do debate de ideias, que se pode encontrar soluções viáveis e que contemplam a conjuntura do momento nas cidades. Ademais, o desinteresse pela política ou uma má interpretação do seu real objetivo por parte das pessoas, facilita a perpetuação de mentes no poder que em nada contribuem para o nosso desenvolvimento, uma vez que “desenvolver” requer experimentar, lançar-se ao novo e isto, é claro, poucos querem pois é cômodo depositar sobre um só homem ou uma só mulher, a responsabilidade de estabelecer nossa felicidade, ou a falta dela na vida em sociedade.

Estamos sempre afirmando e reafirmando que precisamos mudar isto ou aquilo; que precisamos renovar Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas ou o Congresso Nacional, porém, só trocamos o rótulo da embalagem. O produto continua o mesmo.  Por que não tentar estimular os jovens a participar da política e assim criarmos, diligentemente, um novo perfil para o exercício de uma atividade tão importante, cujo sentido, perdeu-se em meio a tantas mudanças, para pior, na organização da sociedade? Se temos que conviver com a política, e é saudável que seja assim, precisamos “reinventá-la”, torná-la, de novo, “sine qua non”, indispensável nas relações humanas.

A maioria não quer mudança, haja vista a reforma política que, entre outras, não saem do papel no Congresso Nacional. Mas, se quisermos, se formos mais atuantes, perseverantes e participativos na política, discutindo os temas e dialogando educadamente, sem confundir política com paixões futebolísticas, poderemos sim voar alto, junto com uma geração que precisa desse vôo, por ter ficado muito tempo presa numa gaiola e se esqueceu do prazer de sentir o vento, o sol e a chuva, e que são direitos fundamentais de quem é livre.

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