É comum nas ruas de Conceição da
Barra, ou até mesmo nas ruas de qualquer lugar nesse imenso Brasil a repulsa
das pessoas, sobretudo jovens, quando o assunto é a política. Evidentemente que
há muitas razões para isto, tendo em vista o grande número de escândalos
envolvendo a política e os políticos e que os meios de comunicação, no
exercício de sua função, fazem chegar ao grande público numa velocidade
instantânea, dadas as facilidades proporcionadas pela rede mundial de computadores.
Contudo, não é sobre o descrédito do povo em relação à política e os políticos,
que quero tratar aqui. Quero falar de construção a varias mãos e exorcizar o
paradigma do “salvador da pátria” e a mesmice do “nunca houve e nem haverá
governo melhor (ou pior) do que este”.
A democracia na sua plenitude tem
uma dinâmica interessante e que permite às pessoas buscar soluções para
problemas comuns, pela via do debate de ideias. É claro que não estamos tendo
bons exemplos neste sentido no Brasil, contudo, não podemos ignorar que é
através do debate de ideias, que se pode encontrar soluções viáveis e que
contemplam a conjuntura do momento nas cidades. Ademais, o desinteresse pela
política ou uma má interpretação do seu real objetivo por parte das pessoas, facilita
a perpetuação de mentes no poder que em nada contribuem para o nosso
desenvolvimento, uma vez que “desenvolver” requer experimentar, lançar-se ao
novo e isto, é claro, poucos querem pois é cômodo depositar sobre um só homem
ou uma só mulher, a responsabilidade de estabelecer nossa felicidade, ou a
falta dela na vida em sociedade.
Estamos sempre afirmando e
reafirmando que precisamos mudar isto ou aquilo; que precisamos renovar Câmaras
Municipais, Assembleias Legislativas ou o Congresso Nacional, porém, só
trocamos o rótulo da embalagem. O produto continua o mesmo. Por que não tentar estimular os jovens a
participar da política e assim criarmos, diligentemente, um novo perfil para o
exercício de uma atividade tão importante, cujo sentido, perdeu-se em meio a
tantas mudanças, para pior, na organização da sociedade? Se temos que conviver
com a política, e é saudável que seja assim, precisamos “reinventá-la”,
torná-la, de novo, “sine qua non”, indispensável nas relações humanas.
A maioria não quer mudança, haja
vista a reforma política que, entre outras, não saem do papel no Congresso
Nacional. Mas, se quisermos, se formos mais atuantes, perseverantes e
participativos na política, discutindo os temas e dialogando educadamente, sem
confundir política com paixões futebolísticas, poderemos sim voar alto, junto
com uma geração que precisa desse vôo, por ter ficado muito tempo presa numa
gaiola e se esqueceu do prazer de sentir o vento, o sol e a chuva, e que são
direitos fundamentais de quem é livre.
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