Há mais de
10 anos inaugurou-se em Conceição da Barra um formato de entretenimento para um
público específico (os evangélicos) e que recebeu o sugestivo nome de Verão
Jesus na Barra. À época, o segmento que notoriamente cresce vertiginosamente no
País, existia mas não se fazia representar na Barra, realidade esta que veio
mudando com a criação do Conselho Municipal de Pastores Evangélicos, o COMEC,
uma outra conquista importante diga-se de passagem.
No entanto,
vou me ater no presente texto, exclusivamente ao evento que vem sendo sempre
motivo de questionamentos por parte da sociedade e em especial aos representantes
do poder público municipal.
O Verão
Jesus na Barra, bem como as demais festas realizadas no município e que também
vem sendo objeto de contestações, inclusive do ponto de vista legal, são
manifestações culturais de uma cidade cujo principal produto é o turismo. Ao
contrário do pensamento de alguns que alegam que o “poder público não pode
financiar ou sequer participar financeiramente de eventos de cunho religioso”,
tenho uma opinião contrária e que mereceria a defesa de quem decide sobre a
realização de tais eventos, levando-se em conta o já citado “argumento
turístico” para uma cidade que não tem outra vocação de maior peso, se não
esta.
A “religião”
que é o principal argumento para não se investir em eventos tais como o Verão
Jesus na Barra, Festa de São Pedro, Festa de São João, Festa de São Sebastião ou outras manifestações
que embora lembrem a religião mas são legitimamente “a expressão cultural de um
povo”, não pode ser argumento para que o poder público não ofereça uma
alternativa de turismo que não seja, por exemplo, os trios elétricos e o som
ensurdecedor que atrai gente, mas também muitos problemas para a sociedade.
É preciso
rever conceitos no que diz respeito sobretudo a um turismo que venha gerar
emprego e renda em Conceição da Barra e que, de quebra, possibilite atrair
turistas que tragam suas famílias para aproveitar o que a Barra tem melhor e
admirar o quanto somos respeitosos para com as culturas existentes, sejam elas
de que tendência for. Não vejo problema algum em uma cidade cuja potencialidade
é o turismo investir em cultura, sabendo-se que a música gospel, por exemplo,
já é considerada uma “expressão cultural” no Brasil.
Deixemos de
lado os pré-conceitos e as posturas conservadoras que atravancam o nosso
desenvolvimento e passemos a discutir os temas sob o ponto de vista do que será
melhor para todos. Para mim o modelo de turismo que temos já venceu, pois se
alguns acham que ganham dinheiro por 5 dias de folia, teríamos muito mais a
ganhar atraindo gente durante todo o ano com eventos de cunho cultural e que
neste caso está incluindo o Verão Jesus na Barra que historicamente atrai um
bom público, quando realizado no ‘verão’ e não depois, e que não gera despesas
com segurança e atendimento hospitalar, pois é reconhecidamente um evento
pacífico e onde não há consumo de drogas e bebidas alcoólicas, muito menos
incidentes que necessitem de atendimento médico-hospitalar.
Não faço uma
defesa exclusiva ao Verão Jesus na Barra, mas a este e outros eventos de
caráter cultural e que podem alavancar uma nova e moderna modalidade de turismo
com foco nas famílias e na efetiva geração de renda para a cidade. Assim, ganhariam
todos!
É o que
penso, salvo melhor juízo.
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