O conceito
em relação à educação inclusiva está mudando no Brasil e esta nova realidade
vem desafiando e exigindo uma profunda adequação na rotina de diretores
escolares, professores, supervisores, coordenadores de disciplina, enfim, todos
os profissionais envolvidos diretamente com a educação. Se antes
incluir se resumia em permitir o ingresso de pessoas com Necessidades
Educacionais Especiais (NEE) na escola regular, hoje, é necessária uma total
mudança de atitude, por parte de todos os envolvidos, bem como, fazer as
devidas adequações físicas no ambiente escolar, para receber essas pessoas,
além de promover uma efetiva integração família/escola.
Em
Conceição da Barra, na Escola de Ensino Fundamental Dr. Mário Vello Silvares,
já há experiências que comprovam a absoluta viabilidade em estabelecer essa
relação entre o ensino regular e a presença de alunos com necessidades
educacionais especiais neste mesmo ambiente. Segundo a professora Lucinéia
Guimarães (foto), que trabalha exclusivamente no apoio a essas crianças, em
sala de aula, é perfeitamente possível fazer um trabalho de inclusão,
desmistificando a tese de que por se tratar de “pessoas com deficiências”, não
teriam condições de frequentar uma escola regular:
“Eu faço o
trabalho de apoio, colaborando com o professor naquilo que ele não domina, na
relação com a criança com alguma limitação e já temos casos exitosos em que a
criança já chegou ao ensino médio. Ela foi acompanhada desde o início de sua
trajetória estudantil. Inicialmente na Pestalozzi e depois, na escola regular
com acompanhamento de um profissional, é claro”, disse Lucinéia que acompanha
14 alunos com necessidades educacionais especiais no município de Conceição da Barra.
Para a
supervisora da Escola, Olga Vasconcelos, logo que a inclusão tornou-se
obrigatória (um fato recente inclusive), foi um grande choque para todos na
escola, afinal, muitas perguntas surgiram tais como: Como vamos lidar com uma
criança que não fala, ou que não tem uma visão perfeita, ou com síndrome de
down?(...) Entre outros questionamentos, perfeitamente naturais quando se está
de frente com o novo. Porém, disse Olga, “fomos nos adaptando, buscando
informação na internet, ouvindo pessoas de outras regiões e utilizamos essas informações
para construir nossa própria cultura de inclusão aqui na escola. Ainda há
desafios, mas estamos superando, um a um”, comemora Olga com a anuência da
diretora Aline Crispim.
As
profissionais entrevistadas concordam que ainda há muito o que aprender e
evoluir na relação com crianças com algum tipo de limitação física ou
intelectual, na adaptação a uma escola regular, mas consideram que na escola
Mário Vello Silvares um grande passo já foi dado, na medida em que o “susto”
inicial passou e já contabilizam experiências positivas, destacando que a
presença do profissional especializado, é fator fundamental nos bons resultados
obtidos.
A inclusão
nos moldes que as Leis determinam são uma grande oportunidade para que todos os
envolvidos possam aceitar o desafio de “aprender a aprender”, um dos princípios
fundamentais da escola que se deseja para o futuro.
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