Famosa por ter criado uma página no facebook para denunciar
o descaso do poder público em relação à escola que estudava, a catarinense
Isadora Faber, publicou um livro no qual narra sua experiência e o quanto sua
vida mudou depois de sua iniciativa que gerou conquistas, mas, muitas agruras
no relacionamento com professores, alunos e demais integrantes da escola. O
livro tem por título “Diário de Classe – A Verdade”, tem 272 páginas e é uma
publicação da Editora Gutenberg.
Jovem e determinada, Isadora é um exemplo de que não é o
silêncio que permite mudar a nossa realidade. Em seu depoimento, muitos pontos
são interessantes mas o que me levou a escrever esse artigo é sua declaração a
respeito do que dizia a direção da escola quando ela questionava as razões das
maçanetas quebradas, portas dos banheiros que não fechavam, pintura
deteriorada, enfim, uma escola “detonada”, concluía Isadora. A diretora
simplesmente explicava que era “culpa da licitação”.
Alguma semelhança com o que vemos em Conceição da Barra,
inclusive em relação à falta de medicamentos? A “licitação”, essa desculpa
esfarrapada que me faz lembrar o argumento dos bancários quando não se consegue
fazer um simples pagamento de um boleto e logo dizem “o sistema está fora do
ar”, para mim não faz o menor sentido, uma vez que se o processo licitatório é
fundamental, é preciso antecipar os procedimentos para que não seja necessário
utilizá-la como desculpa pela incompetência na gestão pública.
No caso específico da garota destemida de Santa Catarina que
utilizou a internet para conseguir chamar a atenção de um problema que não é
uma exclusividade daquela cidade, ela informa que apesar de não mais estudar
lá, tem registros de que uma semana após suas denuncias terem ganhado a grande
mídia, a escola foi reformada. A desculpa da licitação foi
resolvida em tempo recorde. Mas será que é preciso alguém dizer o óbvio para
que problemas como este não custem tanto para a comunidade e em certos casos,
até mesmo a população inteira de uma cidade?
Particularmente, venho cobrando do governo de Conceição da
Barra providências em relação às obras intermináveis do Ginásio de Esportes que desde 2009, não funciona. Entre outros
problemas de gestão existentes, venho utilizando inclusive do envio de notas em
jornais de grande circulação no Estado, tal qual o jornal A Gazeta, para denunciar este descaso. Contudo, o
setor de Comunicação da Prefeitura, ao responder ao jornal acerca de uma das queixas que registrei, utilizou palavras e acusações contra mim que de longe lembram a
verdadeira função de um setor como este. Lamentável e inexplicável pois ainda
estamos sob o regime democrático e é legítimo que o que é público esteja sujeito
a críticas.
Por fim, espero que essas palavras estejam chegando àqueles
que me lêem como ventos que sopram pela cidadania e saibamos que temos direitos
e que se não os provocarmos, como fez a Isadora de Santa Catarina, estaremos
mergulhados cada vez mais fundo no submundo da ditadura que é a marca do
governo que infelizmente reelegemos em Conceição da Barra.
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