Nem é
preciso ser um grande estudioso da sociologia ou outra ciência que vasculhe o
universo humano para saber que pessoas gostam de festa. Mesmo sem motivo
aparente, uma reunião em que são oferecidos bebidas, comida e música, resulta
sempre num grande volume de gente. Quando é de graça então, nem se fala...
Uma cidade
com as características da Barra, a nossa Barra, não pode viver sob o manto da
eterna relação custo/custo, como estamos assistindo aqui no que diz respeito a gestão
pública. Desde que o governo atual se elegeu em 2009 e se reelegeu em 2012,
estamos sempre sendo “vítimas” dessa
prática governamental que só encontraria subsídio num país como a Suíça. Mas
nós não estamos na Suíça e a carência social é latente, aumentada pela
fragilidade em criar postos de trabalho. Aqui a relação custo/benefício não
entra no contexto avaliativo na hora de uma decisão governamental. O gestor é
rápido em dizer não a gastos, e lento para dizer sim a investimentos sobretudo
que contemplem nossas vocações.
Nossas
necessidades passam pela geração de emprego e por termos vocação turística e
pesqueira, inventar outra forma de estimular nossa economia, seria perda de
tempo. É claro que não se pode conceber que resolveríamos isto exclusivamente
com dinheiro público. Sem a parceria da sociedade e o legítimo exercício da
política - da boa política, aquela que estabelece relações com outras esferas
governamentais e também com a iniciativa privada - não sairemos do lugar ou, pior, andaremos para
trás como vem ocorrendo aqui no quesito desenvolvimento humano e auto-estima.
Quem promove
uma festa sabe que vai gastar, mas o retorno é a felicidade das pessoas
envolvidas naquele momento de confraternização e, quando os recursos são
públicos, soma-se a tudo isso a geração de oportunidades e a circulação do
dinheiro, tão fundamental num mundo capitalista e sobretudo numa cidade que tem
tanto a oferecer, no sentido cultural e histórico, além de ter sido abençoada
geograficamente.
A gente pede
festa e o governo municipal precisa fomentar isto. Se não aproveitarmos os tempos de crise para colocarmos em ação
nossa criatividade, quando o faremos? Se é possível gastar alguns milhões numa
festa apenas (o carnaval), com certeza poderíamos dividir esse montante e
realizar grandes festas durante o ano e movimentar esse balneário maravilhoso
que no momento, entristece por sua paralisia, principalmente quando numa noite
de sábado de lua cheia, a única coisa que podemos contemplar é este satélite
lindo e o mar que Deus tão generosamente nos concedeu, num calçadão extenso e bonito, mas subutilizado.
É na
multidão de conselhos que está a sabedoria e se não houver humildade para ouvir
esses conselhos, mesmo que não sejam todos possíveis de se tornarem políticas
públicas, no mínimo possibilita uma visão diferenciada e assim, uma decisão que
se aproxime mais do que pensa a população que é efetivamente de onde emana o
Poder.
A gente pede
festa e se isto não atrair pessoas para um lugar tão incrível quanto Conceição
da Barra, nada o fará.