terça-feira, 26 de maio de 2015

A gente pede festa

Nem é preciso ser um grande estudioso da sociologia ou outra ciência que vasculhe o universo humano para saber que pessoas gostam de festa. Mesmo sem motivo aparente, uma reunião em que são oferecidos bebidas, comida e música, resulta sempre num grande volume de gente. Quando é de graça então, nem se fala...

Uma cidade com as características da Barra, a nossa Barra, não pode viver sob o manto da eterna relação custo/custo, como estamos assistindo aqui no que diz respeito a gestão pública. Desde que o governo atual se elegeu em 2009 e se reelegeu em 2012, estamos sempre  sendo “vítimas” dessa prática governamental que só encontraria subsídio num país como a Suíça. Mas nós não estamos na Suíça e a carência social é latente, aumentada pela fragilidade em criar postos de trabalho. Aqui a relação custo/benefício não entra no contexto avaliativo na hora de uma decisão governamental. O gestor é rápido em dizer não a gastos, e lento para dizer sim a investimentos sobretudo que contemplem nossas vocações.

Nossas necessidades passam pela geração de emprego e por termos vocação turística e pesqueira, inventar outra forma de estimular nossa economia, seria perda de tempo. É claro que não se pode conceber que resolveríamos isto exclusivamente com dinheiro público. Sem a parceria da sociedade e o legítimo exercício da política - da boa política, aquela que estabelece relações com outras esferas governamentais e também com a iniciativa privada -  não sairemos do lugar ou, pior, andaremos para trás como vem ocorrendo aqui no quesito desenvolvimento humano e auto-estima.

Quem promove uma festa sabe que vai gastar, mas o retorno é a felicidade das pessoas envolvidas naquele momento de confraternização e, quando os recursos são públicos, soma-se a tudo isso a geração de oportunidades e a circulação do dinheiro, tão fundamental num mundo capitalista e sobretudo numa cidade que tem tanto a oferecer, no sentido cultural e histórico, além de ter sido abençoada geograficamente.

A gente pede festa e o governo municipal precisa fomentar isto. Se não aproveitarmos  os tempos de crise para colocarmos em ação nossa criatividade, quando o faremos? Se é possível gastar alguns milhões numa festa apenas (o carnaval), com certeza poderíamos dividir esse montante e realizar grandes festas durante o ano e movimentar esse balneário maravilhoso que no momento, entristece por sua paralisia, principalmente quando numa noite de sábado de lua cheia, a única coisa que podemos contemplar é este satélite lindo e o mar que Deus tão generosamente nos concedeu, num calçadão extenso e bonito, mas subutilizado.

É na multidão de conselhos que está a sabedoria e se não houver humildade para ouvir esses conselhos, mesmo que não sejam todos possíveis de se tornarem políticas públicas, no mínimo possibilita uma visão diferenciada e assim, uma decisão que se aproxime mais do que pensa a população que é efetivamente de onde emana o Poder.

A gente pede festa e se isto não atrair pessoas para um lugar tão incrível quanto Conceição da Barra, nada o fará.


Nenhum comentário:

Postar um comentário