Poucas
coisas me incomodam tanto, quanto o fato de as pessoas brigarem por coisas que
não fazem o menor sentido. Na política, que para mim significa muito mais que
troca de favores, promessas e tapinha nas costas, está a solução para os
verdadeiros problemas que temos em Conceição da Barra, no Brasil e no Mundo. No
entanto, poucos parecem se importar com ela, preferindo, quase sempre,
apequená-la e discutirem temas que não tem e nunca terão a menor relevância e
resultados, sobretudo, para a coletividade.
Há vários
anos venho acompanhando a defesa que faz o jornalista Cacau Monjardim, diretor da Fundação Jônice Tristão e criador do slogan "moqueca é
capixaba, o resto é peixada", no que diz respeito a mega jazida de sal-gema
existente em Conceição da Barra e que por questões políticas (pequenas), nunca
saiu do papel. Cacau, embora não seja barrense, mas é um capixaba apaixonado, defende
o tema desde sempre, destacando o fato de ser uma riqueza inexplorada e que
significaria a geração de cerca de 15 mil empregos aqui e na região.
O entrave é
por conta do estado do Rio Grande do Norte, produtor do mineral no nordeste
brasileiro, que alega que uma possível exploração do sal-gema no Espírito Santo,
representaria perdas incalculáveis para o povo potiguar, uma vez que diminuiria
seu volume de vendas com a nova oferta do mineral no sudeste brasileiro. O Rio
Grande do Norte alega que o sudeste é rico e não precisa, porém, esquece-se que
o ES não é o Rio de Janeiro ou São Paulo, os verdadeiros "ricos" do sudeste. Mesmo com a proposta de o sal-gema
barrense suprir a demanda de países como o Chile, por exemplo, reduzindo assim
as possíveis perdas do RN, não houve acordo e o Governo Federal, sob a batuta
de Lula e de sua Ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff (à época),
atenderam o clamor da então Governadora do RN, Wilma de Faria e suspendeu a
licitação que a Petrobrás já havia iniciado, em Conceição da Barra, em meados
de 2002.
O nobre
jornalista Cacau Monjardim que ao longo de alguns anos, insistentemente,
encaminhou ofícios para diversas autoridades, tais como o então Governador do
Estado, Paulo Hartung; o Senador Renato Casagrande, o Governador em Exercício,
Ricardo Ferraço, o Presidente da FINDES, Lucas Isoton, o Presidente da Câmara
de Conceição da Barra, Angelo César Figueiredo e a então secretária municipal de
Educação, Adélia Marchiori, entre outras autoridades, tratava do tema como quem acredita
que a não exploração do sal-gema na Barra é sobretudo, um absurdo e que em linhas gerais é fruto de uma inabilidade
política. As autoridades parecem não entender que o argumento utilizado pelo estado do
RN é inconcebível, pois não se pode pagar mais caro por algo, que se pode ter
muito mais barato com outro fornecedor.
Cerca de
70% de toda a sal-gema brasileira encontra-se dormindo em berço esplêndido no
município de Conceição da Barra, norte do Espírito Santo. Algo em torno de 12,2 bilhões de toneladas, conforme apurou o jornal A Tribuna em matéria veiculada no dia 10/12/2011. Aproximadamente 50 anos de exploração. O mineral de grande
utilidade nos setores têxtil, papel e celulose, plástico, na culinária e
etc... significaria uma grande conquista
econômica para a Barra e o Espírito Santo, mas enquanto a nossa classe política
insistir em discutir o sexo dos anjos e permitir que o argumento de que a
exploração, prejudicaria o RN, corremos o risco de nos tornar piada ao
optar por não explorar algo que geraria empregos, riqueza e baixo custo para a
indústria brasileira.
Tenho todos os artigos escritos por Cacau e outras personalidades capixabas, dentre os quais o Mestre em Economia da UVV, Luis C. Frechiani, tratando do tema e defendendo a exploração do sal-gema na Barra. Quem tiver interesse, pode me procurar que os mostrarei e aí então poderemos retomar essa luta que é principalmente de Conceição da Barra e o seu povo que sofre pela falta de empregos e renda, há muito tempo.
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