Neste
sábado, 12 de dezembro, a Câmara de Vereadores de Conceição da Barra realizou
uma sessão solene que celebrou o dia da Padroeira do Município (Nossa Senhora
da Conceição) cuja data legítima é o dia 8 de dezembro, e a cerimônia de
entrega de Títulos de Cidadão Barrense para algumas personalidades. O evento
aconteceu no plenário Humberto de Oliveira Serra, às 10h, na sede do município, e contou com a presença
de poucas autoridades locais, além dos vereadores propositores da homenagem.
Embora
tenham recebido críticas, em especial por parte de nomes indicados que não
residem no município, os vereadores foram felizes nas escolhas no âmbito geral.
Contemplaram um jardineiro, uma professora, um advogado, um pastor evangélico, dois
médicos (um, entre eles, o ex-prefeito Nélio Ribeiro Nogueira), um bancário, um
desportista, além do deputado estadual Josias da Vitória e o ex-deputado e
atual Chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Paulo Roberto Ferreira. Todos,
sem dúvida, cada um a seu modo, contribuíram com o município com ações
relevantes e este sendo o critério fundamental para receber a honraria.
Evidentemente
que há muitos outros no município que também preenchem tais requisitos, no entanto,
são poucos os momentos dedicados a este tipo de cerimônia no Poder Legislativo
barrense. Mesmo sendo um dos papéis mais relevantes conferidos ao Vereador, a
concessão do Título acontece raramente, e quando acontece, ocorre o desgaste do
parlamentar que ao não contemplar todos que merecem, é alvo da bronca de
muitos. Mas são ossos do ofício e quem está na chuva, é para se molhar.
Em que pese
a importância da cerimônia avaliei como muito positiva e sua realização resgatou
um papel que é próprio do Legislativo, mas que anda em desuso face, talvez, ao
desinteresse da população pela política e tudo o que se relaciona a ela.
A
desvalorização de momentos como este por parte da sociedade, pode ser
justificada pela revolta com os escândalos políticos que ocupam as manchetes
dos jornais, manchando esse segmento em toda parte, porém, não há como
justificar a ausência de autoridades constituídas, afinal, os três poderes compõem o estado e estes devem ser harmônicos, apesar de independentes.
Ao
acompanhar textos nas redes sociais a respeito do evento, registrei elogios e
críticas e pude perceber que até quando os vereadores fazem o que é de sua
prerrogativa, por exemplo, conceder títulos de cidadão, não encontram nos
outros poderes a devida reciprocidade. A ausência do prefeito municipal,
secretários municipais, além de componentes do Poder Judiciário e o Ministério
Público, revelam o quanto estamos distante de uma relação verdadeiramente
republicana e que tanto tem feito falta, sobretudo para crianças e jovens, que
por falta de exemplo, sequer sabem se portar adequadamente diante da execução
do hino nacional. A cidadania e o valor do civismo estão sendo minados na raíz!
No mais,
meus parabéns ao homenageados e à Câmara Municipal que apesar da estrutura
física inadequada, um prédio alugado que lembra uma garagem, fez o seu papel e
concedeu a quem de direito a honra de ser barrense.
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