domingo, 11 de julho de 2021

Sintomas identificados, hora de tratar a doença

A informação que circulou hoje, domingo, dia 11/07/21 em Conceição da Barra, a respeito de um furto de uma bicicleta no estacionamento de uma padaria, praticado por um jovem flagrado pelas câmeras de videomonitoramento, me impulsionou a escrever essas palavras. 

É muito triste falar sobre isto, mas não falar, pode ser pior por não gerar as reflexões que o tema requer e consequentemente, as providências que melhor tragam soluções efetivas, eficazes. Então, vamos lá...

O furto é mais um sintoma do momento delicado que vive a nossa cidade, que nos últimos anos, principalmente - do ponto de vista econômico - passou a depender quase que exclusivamente da atividade turística. A pandemia nos deu um soco no estômago pois nos tirou o que ainda nos sustentava.

Não estou afirmando que os delitos só acontecem agora, mas que é um sintoma do caos social aumentado pelas circunstâncias. É preciso ter em mente que a construção de políticas públicas precisa contemplar a criação e/ou manutenção do ambiente produtivo, sem o qual não gera ocupação e desenvolvimento e por consequência, vem os crimes.

O município, em especial a Sede, precisa se debruçar sobre uma ideia que consista em fazer do Turismo uma atividade perene, sustentável, que gere ocupação o ano inteiro e que permita ao jovem barrense ter uma opção. Hoje, se nada for feito neste sentido, certamente os furtos e outros crimes poderão voltar a fazer parte da paisagem bucólica e serena da cidade que nasceu de um beijo. Uma pena...

Se algo não for feito que não seja tão somente prender os "meliantes", a tendência é prejudicar ainda mais o município que é um destino turístico e isto seria o pior dos mundos.

A exploração do sal-gema, tema importante e que já discorri em outros textos, certamente fará alguma diferença, a depender do tipo de exploração, se teremos ou não indústrias se instalando. Mas, mesmo assim, trata-se de uma atividade finita e que quando acabar, voltaremos a ter as mesmas demandas. O turismo, outra vez, seria o principal recurso econômico.

O turismo, quando sustentável, é diferente: Gera empregos sem poluir ou quase sem poluir e sempre terá demandas pois com o fim da pandemia, as pessoas voltarão a viajar, querendo conhecer lugares como Conceição da Barra, que ainda traz no seu leque de opções a nossa famosa Vila de Itaúnas, hoje, por sinal, com acesso asfalto, novinho em folha.

Temos que nos preparar em todos os sentidos. A concorrência é grande hoje e não dá para repetir receitas do passado, sem avaliar o presente e as tendências. Precisamos pensar a Barra do futuro e de preferência sem disputas políticas infrutíferas, alicerçadas em interesses pessoais e ignorando que o coletivo, é só o que importa. 

Assim, a partir dos sintomas identificados poderemos usar o remédio certo e curar definitivamente a doença.

Carlos Quartezani

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