quarta-feira, 18 de agosto de 2021

A diferença entre lutar e brigar

O que se espera de quem defende o Pensamento Político à direita é um formato de Estado que interfira o mínimo possível na vida das pessoas. Liberdade para produzir e colher dos seus resultados.

À esquerda, ao contrário, que o Estado seja o provedor e redutor das mazelas sociais, funcionando como um garantidor da vida plena em sociedade.

Ambos os modelos tem seus prós e contras mas para compreender isto melhor, é necessário ter disposição para buscar na História os pontos de vista dos filósofos que criaram essas teorias. 

O Pensamento Político à direita tem em Adam Smith sua maior referência e à esquerda, Karl Marx. Vale a pena pesquisar e conhecer, caso queira se aprofundar e compreender melhor as coisas que estão além do debate comum.

No entanto, nesse ambiente, não há nada referente a considerar que as pessoas que pensam diferente umas das outras tenham que ser inimigas umas das outras.

Este é o pior dos mundos e inclusive contraria a natureza da política que é ter no diálogo a única ferramenta cem por cento capaz de encontrar as melhores soluções e não os ataques verbais que em alguns casos, descambam para destruição de amizades, um prejuízo incalculável para a humanidade.

Esse comportamento, que se tornou comum em virtude da política trazer consigo ingredientes que são inerentes mas pouco assertivos (e o mais avassalador deles é a idolatria ao líder), dificulta de fato os avanços que tanto afirmamos que queremos, mas não sabemos exatamente como proceder para alcançar.

É hora de reflexão e as pessoas de boa índole, ao votarem, escolherem com consciência sobre o que considera ser melhor para sua cidade, estado e o país e não seguir o que as pesquisas apontam.

Brigar não é a solução. Lutar, sim, mas com as armas certas, com o conhecimento sendo um influenciador de um processo civilizado e conseguir convencer as pessoas de que este ou aquele candidato (ou candidata) é o que mais se aproxima do Pensamento Político que você também defende.

Política é coisa séria e não pode ser comparada com a sua preferência futebolística.


Carlos Quartezani

Jornalista

sábado, 14 de agosto de 2021

Formação política, um bem necessário

A formação política é fundamental mas seus resultados não acontecem no curto prazo. É preciso ter disciplina, resiliência e aplicar os conceitos elementares ainda que o imediatismo insista em superá-los. 

Eleição, bem, eleição é apenas um item nesse processo e a formação política não deve e nem pode estar restrita ao universo daqueles que escolheram se candidatar.

Inclusive, a qualidade da escolha do candidato passa por essa formação, afinal, quem embarcaria num navio cujo comandante não tem a devida formação para conduzi-lo? 

Não se pode pretender mudar estruturas complexas, como as que envolvem a política, com passes de mágica, soluções simplistas ou para usar um jargão bem popular, gambiarras. 

A gambiarra, neste caso, é produto de uma velocidade exigida no mundo contemporâneo, mas que tem se mostrado ineficiente, especialmente nos temas relacionados a coletividade, ao interesse público. 

Ter consistência em tudo o que fazemos é imperioso e na participação política, mais ainda.

Os resultados obtidos até agora foram rasos e em nada tem contribuído para a nossa evolução. Pelo contrário: Regredimos. A "deformação política" nos trouxe enormes prejuízos. 

Precisamos observar mais e tentar dar mais qualidade a nossa atuação política, enquanto cidadãos. Sem formação política, fica muito mais difícil.

Como em qualquer outra atividade onde o talento não é tão importante quanto o treino, na política temos que, sim, treinar, persistir, ter disciplina e buscar o objetivo com a certeza de que o caminho, certamente, ensinará tanto que quando alcançar o que se pretende, nos sentiremos capazes de realizar tudo o que nos propusermos a realizar. Qualquer projeto será possível concretizar.

O orgulho e a satisfação pelos resultados alcançados farão muito mais sentido na medida em que o aprendizado (para a vida) se mostrou tão importante quanto as mudanças que este aprendizado proporcionou para a coletividade.

Educação política é a única maneira de criar o ambiente das soluções para os problemas mais complexos.

Não desistamos de fazer da política o ambiente da construção, da grandeza de espírito e do altruísmo. O conhecimento será o alicerce para isto. Por isto, não perca a oportunidade de buscar os fundamentos do Pensamento Político e o que nos trouxe até aqui. Com bases sólidas, entendendo o processo e paciência, chegaremos no objetivo.

Vamos em frente, sempre!

terça-feira, 10 de agosto de 2021

O ódio não pode virar jurisprudência

"Quer ser feliz por um momento, vingue-se. Quer ser feliz por toda eternidade, perdôe."

A frase acima, atribuída a Tertuliano, teólogo e escritor cristão que viveu entre os anos 160 a 220 depois de Cristo, serve de referência também para a realidade política vivida hoje.

A política, ciência que nasceu da necessidade de contrapor e substituir a barbárie, vem tendo seu conceito fortemente vilipendiado por sentimentos menores, mas que demonstra uma preocupante capacidade de influenciar.

Estou falando do ódio, esse veneno que ao ser oferecido a alguém, mata ambos e quando este se espraia para a política, mata centenas, centenas de milhares e a pandemia no Brasil e seus efeitos, revelam essa realidade.

Parafraseando o ex Presidente da República, Michel Temer "nosso maior problema hoje é a tendência de transformar adversários políticos em inimigos". Uma frase de alguém que foi forjado na política e que sabe muito sobre os efeitos da mesma, seus benefícios enquanto ferramenta dos avanços civilizatórios e os graves problemas quando esta nos falta.

É preciso combater a estupidez, o berço do ódio, para que este não vire uma espécie de jurisprudência e cancele o perdão tanto do vocabulário quanto do rall de alternativas disponíveis.

Carlos Quartezani

domingo, 8 de agosto de 2021

Esquerda ou Direita? Eis a questão

O pensamento Político da direita defende um Estado mais tímido no que se refere a proteção Social e mais forte no estímulo a produção, gerando mais emprego e renda. 

Contudo, quem pode conter a volúpia do mercado cujo objetivo principal e incansável é o lucro? 

A esquerda, neste sentido, eleva o Social a uma condição primordial na medida em que entende que não há produção, portanto, emprego e renda, se a população for massacrada pelos efeitos que a política do Estado Mínimo provoca.

Um Estado suficiente, forjado no Centro do espectro político, com o seu papel bem definido e representado por um sistema que priorizasse a boa e capacitada representação, poderia apresentar resultados bem mais satisfatórios. 

Nessa esteira entra a capacitação para melhorar critérios de escolhas políticas de uma população que seja capaz de entender a importância dos órgãos sociais de controle, tais como Conselhos, Sindicatos, Associações e outros, e promover um verdadeiro salto de qualidade nos resultados que se pretendem. 

O governo do povo e para o povo só pode acontecer se este povo sabe o que quer, sabe do que precisa. Caso contrário, é só narrativa bonita produzida por marqueteiro que precisa fazer seu trabalho: Eleger o candidato.

Neste cenário, seríamos estimulados a abandonar teses "mitológicas" com salvadores da pátria pipocando a cada 4 anos e estaríamos sendo governados num sistema no qual, de fato, a razão sobreporia a emoção e os resultados seriam melhores serviços públicos e consequentemente, qualidade de vida nas cidades.

Até quando seremos tratados como os "bobos da Corte" cuja função é divertir aqueles que nos oprimem mas que se apresentam como solucionadores de nossos problemas, com propostas mirabolantes ou promessas que nunca poderão ser cumpridas?

Não tem milagre nessa história e nem final feliz se não entendermos que o pensamento político é o que determina qual o caminho seguirá aquele ou aqueles que elegemos. Não sairá água doce e salgada da mesma fonte. Ponto.

A  necessária e urgente formação política nos faria entender a lógica por trás de uma proposta de governo e assim poderíamos encaminhar o melhor voto, cuja base não é se gostamos ou não da cor dos olhos do candidato (ou canditada), mas se o que este defende, está em sintonia com o que você defende e principalmente, se o que você defende, tem uma lógica bem firmada num determinado pensamento político.

O conhecimento é a única arma que poderá exterminar todos os males e para obtê-lo não necessita de nenhum porte, mas vontade, determinação e resiliência. 

Carlos Quartezani