O relato que farei brevemente aqui diz respeito a um discurso que ultimamente temos escutado, com certa regularidade e que preocupa na medida em que vem carregado de informações, às vezes descontextualizadas e em outras vezes, revelando pouco conhecimento sobre os fatos.
É preciso estabelecer uma comunicação com a sociedade em que a pauta seja a democracia. A falta ou a deficiência nesta conexão, auxilia na formação de conceitos equivocados e neste caso, até perigoso.
Se faz necessário explorar os fatos relatados na Comissão da Verdade (1998), relativos ao período em que o Brasil e a América Latina foram governados pelo Regime Militar, para que todos, em especial os jovens, possam fazer uma análise mais assertiva.
Até mesmo brasileiros simples e sem formação intelectual, foram vítimas de erros de quem estava obcecado pelo ódio, alimentados por uma paranóia Norte Americana na chamada Guerra Fria, pós Grande Guerra: O comunismo.
Em Conceição da Barra-ES, só para exemplificar, o Sr João Calatrone, esposo da saudosa Dona Naumir, foi uma dessas vítimas. Confundido com um sobrinho, estudante que à época foi morto na guerrilha do Araguaia, Sr João foi preso e quando conseguiu provar que não era quem eles pensavam, nunca mais voltou a ser o mesmo, vivendo embrenhado no mato com medo de ser preso outra vez.
Essas e outras histórias, que podem ser confirmadas no livro "Ditaduras não são eternas - Memórias da resistência ao golpe de 1964, no Espírito Santo" (Editora Flor&Cultura, 2005), precisam ser exploradas para que os jovens de hoje, entendam o perigo que nos ronda quando o assunto é o poder concentrado, como é o caso do Regime Ditatorial Militar.
Carlos Quartezani
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