sábado, 26 de novembro de 2022

A filosofia vai salvar o mundo

Quem ainda pode duvidar de que os maiores dilemas que estamos vivendo, nesses tempos, tem a ver com a ética? As explicações estão na ciência que dedicada ao ser humano, procura interpretar e sugerir as soluções. Estou me referindo a tudo que diz respeito ao abstrato, ou seja, à filosofia.

Se uma pandemia não foi suficiente para um despertar acerca do que é voltado para a ética, temos na outra ponta, infelizmente, o ódio, esse sentimento tão disciplinadamente disseminado na nossa sociedade, sob o manto da "justiça" mas que é tão somente "vingança", cujo resultado só tem gerado mais tristeza aos corações humanos.

Os argumentos do ódio são sempre muito fortes. 

"Você diz isso porque não foi com um parente ou amigo seu!" Brada o porta-voz do senso comum, lacrando quando você se atreve a propor apenas uma reflexão sobre as razões que levam o outro ser humano, a ter uma opinião diferente da sua. 

O sucesso popular ao lacrar faz o lacrador se sentir o próprio Rui Barbosa... 

O ódio não tem paciência, não é do seu feitio tal comportamento.

Quando faço referência à filosofia no presente texto, meu intuito é destacar a necessidade preemente que as pessoas tem de reconhecer a importância do abstrato para lidar com os fatos de modo menos traumático possível.

Será que se eu parasse alguns segundos para tentar compreender o ponto de vista de quem pensa diferente de mim, não seria mais produtivo até mesmo ao discordar? 

Ao discordar da opinião de alguém e apresentar as minhas razões, eu estou dizendo a esta pessoa que eu a respeito, embora tenha um outro ponto de vista sobre aquele tema.

O poder de se comunicar foi ampliado rapidamente e não se pode ignorar esse fato, bem como, não se pode ignorar que muitas pessoas não estão preparadas para publicarem o que pensam pois não estão propensas a serem confrontadas, mesmo que educadamente.

O que as pessoas dizem ou escrevem ganham uma dimensão que era inimaginável no século passado. A "fofoca" não passava da esquina. Porém, hoje, reputações estão sendo destruídas, por falta de um exercício simples mas em desuso: Colocar-se no lugar do outro e avaliar se passar uma informação para frente sobre este, vai faze-lo se sentir um ser humano melhor ou não.

Etimologicamente a palavra Filosofia significa "amigo do sabedoria" e esta precisa ser resgatada enquanto a ciência que fundamenta a boa convivência humana.

Espero que tenha filosofado o suficiente para que os amigos e amigas que me lêem, considerem importante a reflexão e busque cada um a seu modo, lutar por um mundo melhor. Estamos precisando!

Carlos Quartezani 26/11/22

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Para fazer parte do jogo, tem que aceitar as regras

O assunto que me chamou a atenção neste início de semana foi a repercussão da notícia a respeito da proibição da venda de cerveja dentro e fora do Estádio, onde se realizarão os jogos da Copa do Mundo 2022, no Catar.

Não se pode negar que cada país é livre para proteger seu território, ter seu próprio idioma, criar suas próprias políticas e a sua cultura, enfim estão no seu pleno direito de fazer valer as suas regras de convivência social.

Porém, o que me chamou a atenção e para mim não ficou claro é "por que não anunciaram a proibição antes das pessoas adquirirem os ingressos, comprarem passagens e viajarem para o Catar?"

Acho que tem muita gente que poderia mudar de ideia e fazer um outro programa onde pudesse passar as férias, relaxando, curtindo o passeio e isto inclui, consumir a bebida que quiser, afinal, pagou, está de férias e não foi a uma ópera, foi a um jogo de futebol. Quem conhece o assunto sabe da relação que há entre o futebol e a cerveja.

Se o importante país árabe, o Catar, conhecia o universo do qual desejou participar - e conseguiu - o futebol mundial, deveria preparar-se para as "regras do jogo" que incluem um protagonista que não está em campo mas sem o qual, não haveria razão para o jogo: O Torcedor!

Não creio que as manifestações até agora serão suficientes para que revertam a decisão de não permitirem a cerveja nos Estádios e nem no seu entorno, no Catar, mas é certo que na próxima Copa a FIFA irá observar também esse detalhe e poderá decidir por uma Nação-Sede, cuja cultura esteja pelo menos disposta a algumas exceções em seus costumes, em homenagem às visitas que chegaram e permitiram que boa parte do mundo passasse a conhecer o país anfitrião.

Carlos Quartezani

domingo, 13 de novembro de 2022

Novo governo, velhos problemas

É preciso não perder de vista que a esquerda não ganhou a eleição sozinha, foi preciso o apoio de forças do equilíbrio no pensamento político, para convencer parcela importante da população no segundo turno das eleições presidenciais. 

Se o novo governo quer pacificação não pode ter iniciativas que visem apenas o atendimento da população que votou, mas em certa medida de quem não votou também, que diga-se de passagem, não é pouca gente.

Quanto ao choro, continua sendo livre e é preciso tolerar esses que não querem aceitar o resultado pois, certamente, é uma minoria. 

A maioria das pessoas, geralmente tem coisa mais importante para fazer do que ficar esperneando nas redes sociais.

Carlos Quartezani

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

A força estranha

É sempre motivo de muita tristeza a partida das pessoas, especialmente aquelas por quem temos laços familiares ou de amizade. Por mais que saibamos da finitude da vida, nunca estamos preparados para perder alguém querido. Não importa a idade. A expectativa é sempre de que aquela pessoa estará sempre ali, para que possamos visitá-la para conversar, celebrar ou até mesmo, chorar junto.

Mas e quando esse "alguém" não é da família ou amigo mas cuja obra faz com que sua identidade com ela seja algo muito próximo do amor, que é a admiração? 

Pois é, isto também é real e quando acontece deixa um vazio difícil de preencher, especialmente quando essa "obra" encantou milhões por muitos anos...

Para quem ainda não alcançou onde quero chegar com essas palavras, me refiro aos artistas que nos deixaram: Gal Costa e Rolando Boldrin. Artistas que fizeram parte da geração que me antecedeu mas que encantou também a minha geração. 

Somos privilegiados por ser do país desses artistas e recebermos influência musical e poética sem perder em nada para outros países mundo afora que cultuam seus artistas, em alguns casos, não tão talentosos quanto os nossos.

Eu espero que a partida desses artistas seja também um estímulo para que surjam novos, que ocupem os seus lugares com a mesma sensibilidade e grandeza de alma. 

Que o Brasil e o mundo não perca a capacidade de se emocionar com a poesia, a arte em geral e que de onde veio esses grandes mestres da arte que hoje nos deixa, surjam sucessores que possam emocionar a nova geração e as vindouras, não permitindo que os sentimentos menores tão comuns nesses tempos, sejam capazes de superar a excelência da arte e do artista.

Obrigado por tudo, Gal e Rolando Boldrin!

Carlos Quartezani