quinta-feira, 10 de novembro de 2022

A força estranha

É sempre motivo de muita tristeza a partida das pessoas, especialmente aquelas por quem temos laços familiares ou de amizade. Por mais que saibamos da finitude da vida, nunca estamos preparados para perder alguém querido. Não importa a idade. A expectativa é sempre de que aquela pessoa estará sempre ali, para que possamos visitá-la para conversar, celebrar ou até mesmo, chorar junto.

Mas e quando esse "alguém" não é da família ou amigo mas cuja obra faz com que sua identidade com ela seja algo muito próximo do amor, que é a admiração? 

Pois é, isto também é real e quando acontece deixa um vazio difícil de preencher, especialmente quando essa "obra" encantou milhões por muitos anos...

Para quem ainda não alcançou onde quero chegar com essas palavras, me refiro aos artistas que nos deixaram: Gal Costa e Rolando Boldrin. Artistas que fizeram parte da geração que me antecedeu mas que encantou também a minha geração. 

Somos privilegiados por ser do país desses artistas e recebermos influência musical e poética sem perder em nada para outros países mundo afora que cultuam seus artistas, em alguns casos, não tão talentosos quanto os nossos.

Eu espero que a partida desses artistas seja também um estímulo para que surjam novos, que ocupem os seus lugares com a mesma sensibilidade e grandeza de alma. 

Que o Brasil e o mundo não perca a capacidade de se emocionar com a poesia, a arte em geral e que de onde veio esses grandes mestres da arte que hoje nos deixa, surjam sucessores que possam emocionar a nova geração e as vindouras, não permitindo que os sentimentos menores tão comuns nesses tempos, sejam capazes de superar a excelência da arte e do artista.

Obrigado por tudo, Gal e Rolando Boldrin!

Carlos Quartezani

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