A função pública, cujo cargo é conquistado por meio do voto popular, deveria ser mais criterioso. Ser brasileiro, maior e saber ler e escrever, nunca foi suficiente.
Recentemente, um vereador de um município do estado do Rio Grande do Sul, em seu discurso na defesa da mão de obra local em detrimento dos baianos que migram para lá, em busca de oportunidade de trabalho nas vinícolas, proferiu um discurso de ódio no qual classificava o estado da Bahia como "lugar onde o povo vive na praia batendo tambor".
Se fosse numa mesa de bar ou numa esquina qualquer, ainda assim seria inconcebível. No entanto, no uso das prerrogativas de vereador, que tem liberdade de se expressar mas não liberdade de ofender quem quer seja (muito menos uma população inteira de um estado da federação), é um ultraje.
É preciso repensar o sistema que permite que loucos ocupem os espaços públicos. Os partidos, principalmente, precisam ser responsabilizados por darem legenda a qualquer pessoa que tenha popularidade, sem se preocupar que princípios básicos da República façam parte do conjunto de valores que tenha aquele candidato.
Não mudaremos nada se não mudarmos o modo de fazer as coisas. Isto vale para qualquer área da vida e inclusive para o processo eleitoral no nosso país. Enquanto se mantiver os atuais critérios, seremos um país do eterno "em desenvolvimento" porque se desenvolver começa pelas mentes que nos representam e se essa representação é sofrível como esse vereador gaúcho, estaremos sempre dando um passo prá frente e dois para trás.
Espero que seus pares o cassem pois o lugar dele não é no Parlamento, onde deveriam estar pessoas que debatem soluções para o bem comum e não suas preferências, principalmente se forem macabras como é o caso.
São Mateus-ES, 06/03/2023
Carlos Quartezani
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