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As tragédias e o voto
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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024
Entre o ruim e o péssimo
Muitas são as mazelas produzidas no ambiente político numa população que não se interessava pela política, mas que entrou num frenezzi no pós 2013, estimulada principalmente pela popularização das redes sociais.
O desinteresse pela política, fator gerador da corrupção ou que no mínimo contribuiu para sua sistematização, estimulou uma fábrica de "heróis" que garantem exterminar a corrupção do país, custe o que custar. O que me faz lembrar um certo presidente que eleito como o "caçador de marajás", no exercício de um mandato não concluído, confiscou a poupança dos brasileiros, fazendo exatamente o que disse que jamais faria.
No entanto, essa população, na realidade, não sabe e nem quer saber nada sobre os partidos e o seu funcionamento, resultando num enorme número de Comissões Provisórias que de Provisória não tem nada, já que os diretórios municipais são alterados conforme sopra o vento, para esta ou aquela direção. Os partidos, na vida como ela é, não significam nada, daí a explicação para o aparecimento dos heróis.
Evidente que para manipular com mais facilidade, a ignorância política é o melhor caminho e não se trata de um expediente apenas de um dos lados do espectro. Todos agem da mesma forma e o que outrora era conhecido como "coronéis", evoluiu para presidente do partido cujo único compromisso é filiar pessoas com chances de vencer uma eleição, conforme a opinião dos sábios que compõem a tal Provisória, ignorando solenemente se tem ou não algum conhecimento sobre a atividade política e muito menos, o que determina os estatutos da sigla.
Os grandes partidos deveriam aproveitar o mau momento que vivem, em especial o MDB e o PSDB, para tentarem resgatar a política desse cárcere denominado polarização e apresentar à sociedade candidaturas fora desse plano polarizado, preocupando-se apenas com as mudanças de comportamento da sociedade em relação à política, minimizando o resultado. Hoje, mesmo vencendo, a sensação real é de derrota. Não tem vencedor.
O chamado status quo, expressão em latim que significa manter tudo como está, é incompatível com o mundo que vivemos. A dinâmica do mundo é experimentar novas soluções sem esquecer que em se tratando de valores, não há negociação. Ontem, hoje e amanhã, agir com grandeza de espírito, seja na vida familiar, em sociedade e especialmente na política, é a única conduta que de fato deveria permanecer, mas parece ser a primeira que foi estirpada.
Enfim, os partidos citados acima, bem como o PDT, deveriam estimular candidaturas de pessoas que querem caminhar ao largo dessa polarização e oferecer à sociedade a chance de votar em algo que não remeta à burrice que se instalou, já que se avalia apenas os indivíduos e nunca os partidos e o que seus respectivos programas estabelecem.
Tal qual a moda, que sempre volta, um retorno à política que defenda ideias, não seria tão estranho já que, por exemplo, o velho long play - para quem não sabe, era um disco com um furo no meio no qual escutávamos nossas músicas prediletas - voltou a ser comercializado e com um certo sucesso.
Não seria uma má ideia o resgate da verdadeira política, num contraponto a este para ou ímpar entre o ruim e o péssimo.
Carlos Quartezani