A relação do ser humano com a arte é sem dúvida nenhuma algo que o Estado, sobretudo o Democrático de Direito, deve considerar como algo fundamental. Ninguém aprende tanto e portanto tornando o mundo melhor, se não por meio da arte ou com o valioso apoio dela.
Recentemente fui impactado por uma produção cinematográfica, inclusive adoro a arte do cinema, em formato streaming, contando uma história de um adolescente de 13 anos que assassinou uma colega de escola a facadas. A minissérie é intitulada "Adolescentes".
A chocante história se passa na Inglaterra, o que aumenta minha perplexidade já que o país é de primeiro mundo e ocorrências como a que foi retratada no filme, está em geral associada a ambientes onde as pessoas são marginalizadas, passam por privações inclusive financeira e tudo isto acaba refletindo no caráter e na percepção de mundo das crianças e adolescentes, principalmente.
Mas não meus caros amigos, o filme cuja tragédia realmente choca a ponto de todos os envolvidos se sentirem, em parte, culpados pelo crime cometido pelo garoto inglês (aliás, quem atua nesta personagem é um excelente ator mirim) sacudiu a mente de muita gente mundo a fora, por tratar-se de um problema muito grave e que poucos sabem que sequer existiam.
Sim, diferente da geração Z, não nascemos com um celular nas mãos e tem coisas que demoram mais para que a percebamos ou que a encaremos como natural. O mal será sempre o mal, mas é muito pior quando não o identificamos ou demoramos a identificá-lo.
Por trás de um inocente jogo virtual ou diálogos codificados nas redes sociais, um e-mogi, essas carinhas e outros recursos disponíveis no mundo virtual, pode significar mais que um mero símbolo de conversas inocentes no celular. O mal pode estar se valendo de algo que ignoramos ou não damos a devida importância, por acharmos que educar e cuidar é apenas no sentido de matricular na escola ou levar ao médico quando está doente. É muito mais que isto, pode ter certeza!
Tem outros aspectos a serem observados no filme e certamente não pretendo abordá-los todos aqui, mas acredito que se fizer um esforço para compreender a finalidade de quem criou a história, poderá sim evitar muitas coisas desagradáveis ou até mesmo, como no filme, trágicas.
Carlos Quartezani
Nenhum comentário:
Postar um comentário