O Partido do qual sou o presidente na minha cidade, o PMDB, acaba de dar uma demonstração, em nível estadual, de como devem se comportar as lideranças políticas diante da necessidade da formação de grupos para a efetiva participação no próximo pleito eleitoral. O PMDB, após ter decidido em nível nacional apoiar a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, reproduz oficialmente a mesma formação no estado do Espírito Santo. Ambos os partidos estarão juntos pela eleição do atual vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB) ao cargo de governador do estado e o seu vice é o presidente regional do PT, Givaldo Vieira. Em nível nacional, espera-se que o vice de Dilma Roussef, seja o presidente nacional do PMDB e presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer.
Evidente que faz parte do jogo a valorização dos partidos e de seus respectivos candidatos e só saberemos quem realmente está com a preferência popular quando todos estiverem oficialmente estabelecidos, porém, quanto ao lado que estarão posicionados na campanha que se inicia em julho de 2010, deveria ser manifestado desde já, afinal, por que e para que adiar? Quando me refiro a “lado”, quero dizer que há três vertentes políticas no âmbito nacional: A que é liderada pelo presidente Lula (PT), através de sua candidata Dilma Roussef; uma outra sob o comando do governador de São Paulo, José Serra (PSDB) que representa o partido de oposição com maior relevância no cenário político, haja visto comandar dois dos maiores colégios eleitorais do Brasil, São Paulo e Minas Gerais; e Marina Silva (PV), numa espécie de contra-ponto entre o governo federal atual e o governo anterior. Essas vertentes deverão influir na escolha dos eleitores, sobretudo em pequenos estados como o nosso.
Na minha singela maneira de enxergar tudo isso, acho que saem na frente aqueles que demonstram ter postura, tomam as decisões e partem para o combate, sem se preocupar se sua decisão vai trazer algum tipo de “prejuízo” aos interesses da sigla ou aos seus respectivos líderes. Um partido político ou qualquer outro tipo de entidade representativa só terá seu valor reconhecido pela sociedade, quando as pessoas perceberem que existe uma linha de raciocínio a ser seguida por parte de seus dirigentes, que contemplem as diretrizes pelas quais foram criadas essas entidades.
No caso dos partidos políticos, é urgente e necessário que todos se manifestem e que sejam sempre coerentes com os seus princípios e com o atual momento por que passa a sociedade brasileira. Não creio que adiando decisões importantes, possa fazer com que a população seja a beneficiada no jogo político. É preciso ter coragem e assumir uma posição e depois verificar através do voto se o povo aprova aquela proposta de governo ou não. Caso não a aceite, o tempo, com certeza, se encarregará de falar por aqueles que a defenderam.
Muito se fala em corrupção na política, dinheiro na cueca, meia, etc... mas o que está faltando realmente no setor político, são homens e mulheres que decidam defender aquilo que acreditam, preocupando-se apenas em estarem fazendo aquilo para o qual foram chamados para fazer: Representa-los com a maior dignidade possível. Se a corrupção fosse apenas praticada por alguns infelizes que ainda não entenderam que grande parte do caos instalado, seja natural ou de ordem humana, é agravado pela incapacidade de se posicionar diante de situações que a exigem, não tenho nenhuma dúvida de que muita coisa seria diferente na minha cidade, no meu estado e no país.
Basta! Chega de paquera na política como se os representantes partidários fossem adolescentes que se exibem mutuamente com a finalidade de “ficarem”. É hora de demonstrar maturidade, sobretudo se considerarmos que somos (o estado do Espírito Santo) um colégio eleitoral de pouca expressão em termos quantitativos; e fará pouca diferença (ou nenhuma) se elegermos qualquer um dos três presidenciáveis. Acho que nós ganharemos muitos mais se demonstrarmos que estamos prontos para participar do novo governo federal, a partir do momento em que formos fiéis aos nossos princípios (partidos) e tomarmos as importantes decisões o mais rápido possível, num momento em que outros grandes estados não se entendem numa “Babel” absurda e sem futuro.
Como dizem os advogados... é o que penso, salvo melhor juízo.
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