Estamos envolto a uma atmosfera de novos tempos em todos os sentidos. Na comunicação, por exemplo, com os avanços tecnológicos, ficamos cada vez mais próximos das telas dos computadores do que dos impressos.
Grandes jornais impressos, tais como o Jornal do Brasil, estão revendo seus conceitos e preferindo a versão “on line” em detrimento à versão tradicional. É isso mesmo! Um dos maiores e mais prestigiosos jornais do Brasil, hoje não existe mais na versão impressa, apenas pela internet é possível acessar-lhe.
Mas e quanto aos leitores? Realmente há uma aceleração nessa evolução que se firma a cada dia no comportamento dos empresários, tirando de circulação os materiais impressos, incluindo, neste caso, também os livros e revistas que estão sendo disponibilizados nas versões on line para os tablet’s? Será que está resolvido o problema de uma sociedade cada vez mais distante dos jornais e livros, oferecendo-lhes esse conteúdo em versões “on line” ? Acredito que não.
Tenho receio de que em nosso país o desenvolvimento não esteja sendo conduzido da forma mais adequada, sobretudo, no que diz respeito à educação. Os meios de comunicação não podem e não devem se conformar em efetuar mudanças em seus produtos, apenas considerando o que o leitor quer. É preciso ter a compreensão do que o país precisa, em termos da construção de mentes sadias e férteis, e contribuir para que as matérias veiculadas não tenham a conotação exclusiva de atrair o leitor para o universo apenas da “informação” (conveniente à sua linha editorial) mas a importância deste leitor ser protagonista de um novo Brasil.
Penso que o jornalismo deve contribuir mais e melhor na construção desse ambiente em que o “pensar” deve ser mais importante que apenas vender um produto. No caso específico do jornalismo que cobre a política, percebo que os jornais ainda estão aquém da verdadeira contribuição que podem dar para uma sociedade, de fato, democrática. Não acho que o denuncismo, sem uma compreensão real do que levou as pessoas a agirem daquela forma, possa ser o remédio para essa letargia que vivemos hoje no Brasil, em termos de participação e envolvimento das pessoas na política. Ao contrário, esse comportamento da mídia em geral, tem só afastado as pessoas dessa fundamental participação.
Tenho receio sim que a julgar pelos escândalos que vemos noticiados diuturnamente nos jornais, o povo, por ignorância, sobretudo baseada apenas no que se lê nos jornais que querem ser lidos (custe o que custar), possa sugerir que a democracia não é importante e voltemos à escuridão da ditadura.
Não estou propondo proteger ninguém dos seus erros, sobretudo a classe política que quando erra, atinge um enorme número de pessoas. Estou apenas dizendo que se não capacitarmos as pessoas para filtrarem a informação e analisá-las antes do julgamento, corremos o sério risco de após uma árdua luta pela democracia, morrermos todos na praia.
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