Orgulho-me em publicar o relato abaixo, da professora aposentada Maria da Penha Pereira Braz, de Conceição da Barra-ES, por ter sido inspirado em uma de nossas aulas do curso de Agentes de Cidadania Comunitária oferecidos pela Fundação Ulysses Guimarães em todo o território nacional. Veja o que pensa uma cidadã brasileira sobre a política e os políticos do nosso país:
"Ao PMDB e todo o povo brasileiro,
Não tive tempo de pesquisar sobre as Leis de iniciativa popular. Vou apenas seguir as ordens do meu coração.
O Brasil é um país riquíssimo e de muitos contrastes. Grandes projetos e idéias inovadoras contrastam com numerosas aberrações que nos deixam estarrecidos, impotentes e frustrados.
Amo este chão de nuances e formas que caracterizam o território brasileiro. Conheço várias capitais e sinto-me honrada em ser brasileira, e, ao mesmo tempo, envergonhada devido ao abuso, a impunidade aos escândalos de corrupção que assumem proporções mundialmente conhecidos.
Recentemente houve um encontro de líderes em Genebra para discutir assuntos relacionados a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e o representante brasileiro realçou o direito conquistado pelas empregadas domésticas que acho muito justo, mas irrelevante, pois deveria estar em pauta a discriminação (inconstitucional) entre funcionários públicos parlamentares e funcionários públicos civis. As benesses indecentes que os parlamentares se dão, são verdadeiras aberrações que frustram qualquer trabalhador honesto deste país.
O impostômetro está se aproximando de um trilhão de reais. Que Estado Democrático de Direito é este? A reforma tributária é ilusória. O povo brasileiro mais sofrido vive cada vez mais oprimido pagando as regalias indecentes das Torres de Babel de Brasília e demais Assembléias por este país afora.
Acho que somos letárgicos demais na reivindicação de direitos. Existem mais Pilatos e demagogos do que cidadãos conscientes que buscam a ética e a verdade. Em relação às Leis reivindicadas pelo povo lembro-me da campanha das Diretas do saudoso Tancredo Neves. Lembro-me dos jovens caras pintadas que saíram às ruas e acelerou o "impeachment" de Fernando Collor de Melo e que infelizmente os desmemoriados tornaram a elegê-lo. Do trabalho árduo da escritora Glória Perez em relação à mudança do Código Penal que continua defasado, retrógrado. De 1940 até a atual conjuntura quase nada foi feito. O sujeito mata, paga fiança e fica por isso mesmo. A impunidade é uma vergonha nacional.
A nossa mais recente reivindicação liderada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) – a Lei da Ficha Limpa – conseguimos mais de um milhão de assinaturas através da Democracia Participativa mas, o Supremo não levou em conta a ansiedade de um povo sofrido, esmagado pelo peso abusivo da corrupção. O 11º Ministro do Supremo fez um discurso humanista maravilhoso mas, frustrou a nossa avidez pela ação de limpeza e moralização rápida. Ficou apenas a hermenêutica e a esperança de que dias melhores virão. Que eu saiba a soberania popular está acima de todo ou qualquer ideal democrático. Existem tantas ações inconstitucionais acontecendo que me faz recordar Rui Barbosa “o homem tem vergonha de ser honesto”.
Quero parabenizar o senador Ricardo Ferraço (PMDB) pela iniciativa em querer fazer uma faxina no Senado. Só se faz faxina onde o ambiente está sujo, pois toda sujeira incomoda. Aproveito para convocar todos os cidadãos e cidadãs que compõem o PMDB e todo o povo brasileiro para juntos apoiarmos o senador Ferraço. Quero deixar claro que acho louvável a decisão de V.Exa. Merece todo o nosso respeito e a nossa admiração.
Nota zero para o presidente do Senado José Sarney. O povo brasileiro não se sente honrado em carregar o Senado nas cotas e nem admite desmandos no uso da coisa pública. Tenho dito!”
(*) Maria da Penha Brás é Professora aposentada e filiada ao PMDB de Conceição da Barra-ES
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