Conforme
propagandeou a Prefeitura Municipal de Conceição da Barra, através da Secretaria
Municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer, este ano o verão/carnaval de nosso
município economizará pouco mais de 1 milhão de reais. Presumo que o valor
tenha sido calculado numa comparação à media dos valores gastos, nesse tipo de
evento, nos últimos 3 anos da atual administração. A cifra é em razão da “privatização” dos 61
show’s nacionais e regionais que acontecerão ao longo dos 45 dias que separam o
réveillon do último dia de carnaval.
De
acordo com os esclarecimentos prestados pela Prefeitura através do perfil na rede
social facebook, essa “privatização” terá como contra-partida aos realizadores dos
eventos o monopólio da comercialização de comidas e bebidas no interior da
arena construída em frente à “Praça do Juiz”. O espaço, que mede cerca de 12
mil metros quadrados, não será disponibilizado aos vendedores ambulantes
tradicionais da cidade, uma vez que o acordo para que o município não banque os
show’s é que os seus patrocinadores usufruam do benefício da exploração
comercial na arena. Aos vendedores ambulantes, coube o espaço fora da arena.
Se
fosse entrar no mérito do direito adquirido, não me faltaria argumentos para criticar
a desastrada negociação que não considerou a inclusão desses vendedores
ambulantes, que aguardam sempre ansiosamente pelo verão e o carnaval, na
expectativa de conseguir dinheiro para pagar contas que acumulam durante o ano,
num período em que nossa cidade fica à deriva do ponto de vista econômico,
sobretudo por não termos no governo municipal iniciativas que possibilitem
geração de emprego e renda. O foco principal é sempre construir obras
privilegiando fornecedores externos e que não tem compromisso com a redução de
nossas mazelas sociais, como é o caso da empresa que “ganhou” o processo
licitatório de exploração do verão e carnaval em nossa cidade.
Como
eu disse, não vou entrar neste mérito mas vou questionar aos cidadãos de
Conceição da Barra que porventura estejam tendo a curiosidade de ler este texto,
se fazem ideia de que forma será investido esses recursos que a Prefeitura
afirma que economizará com a privatização do verão e carnaval. Será que teremos
mais cozinhas industriais inacabadas? Ou teremos comprado outros hotéis, para não serem
utilizados? Faríamos reformas de ginásios, sem conclusão, apenas para exibir “placas”
de propaganda governamental para, acidentalmente, serem esquecidas e provocar
processos de crime eleitoral?
São
muitos os questionamentos quanto ao uso do dinheiro que será “economizado” no
verão e carnaval barrense, e se tenho boa memória a sociedade barrense não
participará dessas decisões. O governo reeleito pelo povo barrense, não se
importa com a opinião do povo barrense. Arrisco dizer que acham que não somos
capazes de decidir sobre nada e por isto, praticam o autoritarismo, fazendo de
todos nós fantoches como se 121 anos de emancipação política não passasse de um
mero registro histórico.
Penso
que devemos ficar atentos, valorizar nossas raízes, história e cultura, erguer
a cabeça e entender que governos não se resumem em obras aparentemente vistosas e não são eternos.
A obra essencial é o orgulho de ser barrense e de participar da construção do
nosso futuro, e isto não se faz apenas com obras de concreto. Faz-se,
sobretudo, com nossa alma e que não pode ser vendida a nenhum preço. Nem por 1
milhão!
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