Não se pode negar que o
fenômeno “redes sociais” mudou completamente a relação dos seres humanos com o
seu semelhante. Se antes não era possível sequer saber o que acontecia na casa
do vizinho, hoje, através desse espetacular mecanismo de comunicação, sabemos
até com que roupa a pessoa que mora no Japão, por exemplo, estará numa
determinada festa. Contudo, essa “maravilha” não tem só pontos positivos. Ao
avaliar mesmo que superficialmente os perfis que se apresentam, podemos
enumerar uma diversidade enorme de personalidades que mesmo não dizendo sempre
a verdade, naquele espaço público, se revela para todos aqueles a quem permitiu
ter acesso ao seu perfil, provocando uma série de riscos, mas que não é o
objeto dessas minhas mal traçadas linhas.
Quero me ater
exclusivamente ao comportamento de pessoas que por estarem num meio de
comunicação, onde não é possível verificar a reação do seu interlocutor
pessoalmente, se acham no direito de ofender, magoar e até denegrir sua imagem.
Por se tratar de palavras escritas e que nem sempre é possível expressá-las com
fidelidade ao que está sentindo, uma colocação errada transforma-se num
tormento na relação entre as pessoas, desconstruindo uma relação de, se não
amizade, mas de respeito que durou anos, por exemplo.
Uma frase ou expressão
numa rede social, mesmo escrita corretamente conforme nossas regras gramaticais,
pode ter uma interpretação diferente daquela que quis dizer o escritor e
provocar constrangimentos ou até mesmo fúria por parte do ofendido. Enquanto
isto acontece no campo do acaso, ainda se tem uma chance de se consertar. Um
dia, os envolvidos irão se encontrar e terão um diálogo “olho no olho” e
poderão esclarecer o mal entendido. O problema é quando essas ofensas são
feitas propositalmente e por se tratar de uma rede social, as pessoas entendem
ser menos grave, numa equivocada avaliação de que escrever é menos grave do que
dizer pessoalmente. Ledo engano. A facilidade da comunicação, permitida por
esta novidade chamada rede social, gerou um ambiente estranho em que as pessoas
não se cumprimentam na rua, mas são “amigas” no facebook. Que Mundo queremos
construir, se aproveitamos da frieza de um mecanismo moderno de comunicação, para
ofender, magoar, enfim fazer aquilo que não temos coragem de fazer pessoalmente?
Todos temos o direito,
contudo, termina quando começa o direito alheio e isto vale também no mundo
virtual. Inclusive já existem leis no Brasil para punir eventuais crimes
cometidos pela internet. Dentre eles, calúnia e difamação. Não podemos aceitar
que a modernidade nos transforme em seres abstratos que por serem membros de
uma comunidade virtual, se acham no direito de dar vazão aos seus instintos
mais primitivos, tentando provar para as pessoas aquilo que elas não querem,
nem de longe, saber sobre o seu caráter.
Não transforme as “redes
sociais” em redes “anti-sociais” para dar vazão ao que de pior tem em sua
personalidade. Ao contrário, aproveite este mecanismo fantástico e mostre ao
Mundo o quanto você é sensível e preocupado com os destinos da humanidade.
Escreva sobre seu filme predileto, grupo musical, etc... mas também diga ao
Mundo o quanto você respeita a diversidade: a religião, o time de futebol, o
posicionamento político, a sexualidade das pessoas, enfim, assim teremos de
fato redes sociais e não um monte de gente matraqueando sem parar, achando que
por ser um mundo virtual, não há regras de nem comportamento padrão.
Que o ano de 2013 seja
muito mais produtivo para você e que a maturidade no uso das redes sociais
possa ser um ponto marcante nos objetivos que traçou para o Novo Ano!
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