segunda-feira, 6 de maio de 2013

Educação na “Casa de Recuperação”


Tenho acompanhado os noticiários no que diz respeito ao desafio do poder público em atenuar os problemas sociais, cuja motivação é o consumo de drogas ilícitas. Já não é novidade para ninguém que a maioria das ocorrências policiais envolvendo homicídios, espancamentos, estupros entre outros crimes, são motivados pelo uso de algum tipo de entorpecente.

De fato, não é um problema fácil de ser resolvido. O crack, por exemplo, segundo estimativas, mata o usuário rapidamente, mas não tão rápido a ponto de evitar que este usuário destrua a vida de muitas pessoas, sobretudo aquelas que o amam, seja pela profunda tristeza de ver um ente querido se encaminhando para um abismo sem volta, ou vitimado por este que ao perder integralmente sua capacidade de responder por seus atos, agridem e em alguns casos, matam essas pessoas.

No nosso Estado, o Espírito Santo, o governo estadual quer estabelecer parcerias com as chamadas “Casas de Recuperação”. Trata-se de espaços terapêuticos, na maioria ligadas a alguma religião, que oferecem às famílias com problemas dessa natureza a oportunidade de internar parentes envolvidos com o consumo de drogas ou álcool, em troca de alguma ajuda financeira mensal para que estes possam suprir as necessidades básicas na manutenção desses espaços. Essa parceria exige alguns pré-requisitos tais como a contratação de profissionais capacitados para o exercício de determinadas profissões, como psicólogo, por exemplo, além de outras formalidades concernentes ao funcionamento da “Casa”.

A parceria é válida e será um importante incremento na valorização dessa iniciativa, que vem colaborando para o enfrentamento dos problemas tão graves e considerados um “câncer” na sociedade. Contudo, vale ressaltar que um dos pontos que não é considerado uma obrigatoriedade e passa ao largo quando se explora esse tema, é a necessidade de ofertar educação nesses espaços.

As pessoas que estão num espaço como este, uma Casa de Recuperação para dependentes químicos, estão fragilizadas em todos os sentidos. Ao oferecer a essas pessoas a oportunidade de visualizar na prática a importância do CONHECIMENTO, ela entenderá que não é uma “pedra no sapato” de ninguém e que apesar de estar ali, há pessoas que acreditam na sua recuperação e no seu retorno ao convívio social mais preparado para ser um cidadão, após adquirir conhecimentos que não teve enquanto estava fora da “Casa”.

É preciso ter um conjunto de valores para resgatar essas pessoas de fato dessa condição desumana que é a dependência química. Tudo é importante: a espiritualidade, a alimentação, a atividade física, o entretenimento, a cultura, mas, sobretudo, é preciso oferecer a essas pessoas o conhecimento para que ao sair dali, perceba que a luz que se acendeu enquanto esteve internado numa Casa de Recuperação, poderá brilhar com muito mais intensidade, se decidir se aprofundar na busca por mais conhecimento quando estiver no pleno convívio social.


Nenhum comentário:

Postar um comentário