quinta-feira, 13 de junho de 2013

Mente ociosa, oficina do diabo

O modelo de administração municipal que estamos vivenciando no Brasil, ou pelo menos na região em que eu resido, está se mostrando cada vez menos eficiente do ponto de vista do atendimento às reais necessidades do indivíduo.  Não vou nem citar exclusivamente o município que vivo, porque seria injusto, tendo em vista que as cidades vizinhas também me parecem ter governos com as mesmas característica.  

A preocupação em “gastar menos”, tem gerado um fenômeno preocupante, pois se não temos vocação industrial, sobretudo por estarmos “mal” localizados geograficamente, a prestação de serviço público tornar-se-ia um importante incremento na economia local, porém, isto não está acontecendo nos últimos anos.

O modelo acolhido pelas administrações municipais, concentra-se em economizar recursos partindo do pressuposto que servidores públicos tem que ser em menor número e ganhando salários abaixo de suas responsabilidades. Aí sim, neste caso, estou falando especificamente da cidade que vivo, ou seja, Conceição da Barra.

Não raro, vemos jovens circulando pela cidade, sem absolutamente nada para fazer. Se não tivermos um governo que utilize a máquina pública para gerar ocupação, continuaremos a ver esses jovens marchando firmemente para o alcoolismo e as drogas, alternativas sempre bem vindas e equivocadas para quem está sem perspectivas de dias melhores.

Sim, eu sei que governo não existe para gerar empregos, mas enquanto não nos tornamos uma cidade capaz de fazer com que a iniciativa privada seja auto-suficiente (e ainda estamos muito longe disso), precisamos lançar do mão do que temos e, o que temos, é uma boa receita através de repasses federais e estaduais, que nos permitiria criar muitas frentes de trabalho para que os jovens se sentissem incluídos e com o sentimento de que são úteis à sociedade.

Outro aspecto é o ambiente apolítico criado por administrações que acham que “demonizar” a política, é o melhor caminho para se governar cidades. Discordo de tal teoria, pois na medida em que as pessoas não se sentem importantes no processo de decisões a serem tomadas, é como se não fizesse parte daquele universo, mesmo que aos olhos dos gestores, pareça ser bom para todos.

Não politizar governos, é perder oportunidades de estabelecer convênios e parcerias, gerando assim, a ocupação necessária para que não tenhamos o absurdo número de jovens enveredando para o crime.

O sentimento de que o crescimento da cidade é conquistado com a participação dos cidadãos é importante. Enquanto isso não acontece, somos obrigados a ver mentes, que poderiam ser brilhantes, vagando pela cidade, sem rumo e, sem dúvida, um prato cheio para o diabo.


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