O modelo de administração municipal que estamos
vivenciando no Brasil, ou pelo menos na região em que eu resido, está se
mostrando cada vez menos eficiente do ponto de vista do atendimento às reais necessidades
do indivíduo. Não vou nem citar
exclusivamente o município que vivo, porque seria injusto, tendo em vista que
as cidades vizinhas também me parecem ter governos com as mesmas
característica.
A preocupação em “gastar menos”, tem gerado um fenômeno
preocupante, pois se não temos vocação industrial, sobretudo por estarmos “mal”
localizados geograficamente, a prestação de serviço público tornar-se-ia um
importante incremento na economia local, porém, isto não está acontecendo nos
últimos anos.
O modelo acolhido pelas administrações municipais,
concentra-se em economizar recursos partindo do pressuposto que servidores
públicos tem que ser em menor número e ganhando salários abaixo de suas
responsabilidades. Aí sim, neste caso, estou falando especificamente da cidade
que vivo, ou seja, Conceição da Barra.
Não raro, vemos jovens circulando pela cidade, sem
absolutamente nada para fazer. Se não tivermos um governo que utilize a máquina
pública para gerar ocupação, continuaremos a ver esses jovens marchando
firmemente para o alcoolismo e as drogas, alternativas sempre bem vindas e
equivocadas para quem está sem perspectivas de dias melhores.
Sim, eu sei que governo não existe para gerar empregos,
mas enquanto não nos tornamos uma cidade capaz de fazer com que a iniciativa
privada seja auto-suficiente (e ainda estamos muito longe disso), precisamos
lançar do mão do que temos e, o que temos, é uma boa receita através de
repasses federais e estaduais, que nos permitiria criar muitas frentes de
trabalho para que os jovens se sentissem incluídos e com o sentimento de que
são úteis à sociedade.
Outro aspecto é o ambiente apolítico criado por
administrações que acham que “demonizar” a política, é o melhor caminho para se
governar cidades. Discordo de tal teoria, pois na medida em que as pessoas não
se sentem importantes no processo de decisões a serem tomadas, é como se não
fizesse parte daquele universo, mesmo que aos olhos dos gestores, pareça ser
bom para todos.
Não politizar governos, é perder oportunidades de
estabelecer convênios e parcerias, gerando assim, a ocupação necessária para
que não tenhamos o absurdo número de jovens enveredando para o crime.
O sentimento de que o crescimento da cidade é
conquistado com a participação dos cidadãos é importante. Enquanto isso não
acontece, somos obrigados a ver mentes, que poderiam ser brilhantes, vagando
pela cidade, sem rumo e, sem dúvida, um prato cheio para o diabo.
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