Quando
converso com os apaixonados pelo futebol na Barra, é impossível nos dias de
hoje não citar Mateus Murici (foto), Derlei e Cabrito. É claro que existem
outros e citá-los ficaria exagerado de minha parte, além de tornar o texto mais
extenso, provavelmente diminuiria a possibilidade de ser lido. Mas na pessoa
dos três, quero homenagear a todos os envolvidos direta ou
indiretamente com esta causa.
Por mais
improvável que possa parecer, a atividade que esses cidadãos barrenses
exercem é fundamental para o equilíbrio social, em certa medida.
Dedicados a uma causa sem ganhos financeiros, os três, cada um a seu modo,
tentam fazer a realidade infantil e juvenil dos bairros periféricos de
Conceição da Barra menos sofrida e com alguma perspectiva de verem a vida
diferente do que ela realmente é, através da emoção que só o futebol proporciona.
Mateus é o
presidente do São José Futebol Clube; Derlei do Palmeirinhas Futebol Clube e
Cabrito tem a missão de iniciar garotos na primeira infância para habituar-se
ao ambiente futebolístico. Todos, apesar das dificuldades que enfrentam, sem o
devido apoio não só do poder público, mas também da iniciativa privada, nunca
desistiram de sonhar e sem dúvida alguma, muitos jovens barrenses que hoje
estão lutando para se destacar, inclusive em clubes de grandes Centros como o
Rio de Janeiro, já passaram pelas mãos de um desses “heróis da resistência”.
Além da
disciplina e alguns outros atributos aprendidos com esses senhores, esses
atletas vão sempre se lembrar do quanto é importante ter alguém que se importe
com as pessoas, principalmente quando se é tão jovem e que a maioria da sociedade
não lhes dão a devida atenção, preferindo considerar o futebol como um
divertimento, sem muita importância, mas que se tratado com o devido valor,
pode evitar muitas tragédias sociais como vemos em nossa cidade e em outros
lugares deste País.
Não vou
entrar no campo político/partidário desse tema porque acredito que só
tratando-o com isenção, poderemos chegar a algum lugar. Lamento que a
“política” ou melhor, a “politicagem” tenha sido sempre um fator que mais
atrapalhou do que ajudou a este setor na Barra. Enquanto nos aproveitarmos
desse grupo apenas para angariar votos sem realmente se preocupar com a
formação e a sustentação dessas pessoas no exercício dessa atividade, estaremos
perdendo grande oportunidade de combater o mal com o bem, cuja batalha tem sido
vencida pelas drogas entre outras coisas que classifico como “as armas do mal”.
Se você
teve paciência de ler este texto até aqui, aproveito para lhe convidar a fazer
uma visita a um desses três cidadãos barrenses. Faça perguntas sobre o seu trabalho,
suas dificuldades, as experiências que tiveram ao longo desses anos e perceberá
que quando decidi escrever essas palavras, não o fiz com o intuito de apenas
criticar por criticar, mas de despertar-nos para o enfrentamento da violência
que só é possível com o envolvimento de todos.
Só câmeras
e policiamento, jamais vão resolver tais problemas. O investimento nos “heróis
da resistência” se faz necessário e o apoio da sociedade é fundamental para que
o poder público também cumpra o seu papel, até aqui, insuficiente se comparado
ao benefício proporcionado à sociedade.
Ah! Não poderia deixar de dizer que os uniformes do São José já tem 4 anos e são lavados pelo próprio Murici, à mão, sem máquina de lavar. Se todos que estão, porventura, lendo esse texto e quiser ajudá-lo, seu telefone é (27)99735-4879.
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