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após o anúncio feito pela assessoria da Presidente da República, Dilma Rousseff,
com relação ao novo Ministro da Educação - aquele que comandará a pasta mais
importante para o País em seu novo mandato - choveu nas redes sociais críticas
sobre o escolhido. O ex-Governador do Ceará, Cid Gomes, irmão do polêmico e
competente ex-Ministro e ex-Presidenciável, Ciro Gomes, foi bombardeado pela
oposição. O motivo principal foi por uma declaração que deu durante as
negociações com o Magistério de seu Estado. Cid Gomes teria dito que “professor deve
trabalhar por amor e quem não o fizer, deveria escolher outra profissão”.
É
claro que chega a ser patético achar que alguém se disporá a trabalhar por
amor, como sugeriu Cid Gomes, em qualquer área mas, convenhamos, o profissional
da educação é tão importante que não há remuneração capaz de suprir o seu
mérito. Alguém capaz de transformar uma sociedade, para o bem, não pode ter
como motivação exclusiva o salário que recebe. Entretanto, é preciso pagar
contas, manter a dignidade, até para que se possa de fato ser uma referência na
sociedade, em todos os sentidos.
Para
mim, o professor deve ser alguém tão admirado e ter seu valor tão consolidado
na sociedade, que sequer deveria pagar pelas roupas que veste. Assim como os
parlamentares têm direito ao chamado “auxílio-paletó” (entre outros direitos),
os professores deveriam ter também por parte do Estado, a garantia de que até o
seu vestir, é de responsabilidade do Estado, ou seja, nossa responsabilidade.
Mas
é também importante ter consciência de que alguém cuja responsabilidade é tão
grande, não pode se comportar como um mendicante do Estado. O professor não
pode simplesmente considerar-se menor, aceitando sua condição imposta por uma
sociedade que ainda não percebeu a importância do seu trabalho, e
principalmente, transmitir esse sentimento (ou pensamento) para aqueles que
dependem dele para não estarem, um dia, nessa mesma condição, ou seja, seus alunos. Não
na condição de professor, que seria uma honra para cada um deles, mas na
condição de coitadinho, injustiçado, por ter escolhido a profissão errada. Ser professor é sobretudo uma honra e merece ser exaltada em primeiro lugar pelo próprio professor.
É
preciso se apaixonar pela educação e fazer isso em conjunto, estabelecendo
metas na escola em parceria com os demais atores, a saber, a própria sociedade,
pais de alunos e os profissionais. Se o então Governador do Ceará e agora Ministro
da Educação, Cid Gomes, está correto ou não, ao afirmar que a educação não é
para quem quer ficar rico, é difícil dizer, mas enquanto a educação for apenas
uma questão de salários, tenho certeza de que nunca chegaremos a nenhum lugar,
pois no sistema capitalista sempre queremos mais. Só nos esquecemos de que no
capitalismo, é preciso dar retorno e assim, automaticamente, o mercado nos
valoriza.
É
preciso que os profissionais e os futuros profissionais da educação, iniciem a
construção de uma sociedade que o valorize naturalmente, sem que seja preciso
que Sindicatos pressionem Governos para reconhecerem o seu valor. Os Sindicatos
são uma grande conquista, mas em relação à educação, uma sociedade consciente e
avançada faria o seu papel, com louvor. Sem o professor, não iremos a parte
alguma.
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