sábado, 7 de março de 2015

Turismo como direito fundamental

É pena que o constituinte de 1988 não estabeleceu na nossa Carta Magna o turismo como um direito fundamental para a pessoa humana. Sim, pois vivemos num País de proporções continentais e conhecer no mínimo a cidade vizinha e suas belezas, deveria fazer parte do conjunto de Leis que rege o País e, consequentemente, Estados e Municípios teriam o dever de cumprí-las. Proporcionaria algo além da comida (bolsa família) e o caixão (quando morre), e, de quebra, algum incremento na economia local, uma vez que por ser política pública, o indivíduo presenteado com um passeio na cidade vizinha, poderia gastar alguns trocados e assim, colaborar na renda do lugar.

A observação que faço neste texto - o qual, gostaria muito que estivesse sendo lido e refletido por nossos governantes, em especial o de minha cidade (Conceição da Barra) - é em razão do relato que escutei de uma cidadã de Pedro Canário, cidade vizinha à minha, afirmando com uma certa tristeza que "nunca foi a Conceição da Barra". O relato veio após me perguntar se "era bom viver em Conceição da Barra". Respondi que sim, embora tenhamos problemas como em todo lugar, mas que o que me surpreendeu, foi o fato de ela não conhecer a cidade, apesar de ter parentes residentes e aqui ser um dos destinos turísticos mais conhecidos do estado, sobretudo, no verão.

Não quero objetivamente passar uma ideia de que conhecer a minha cidade, seja uma obrigação de quem mora na região. Mas uma cidade conhecida por tanta gente no Brasil e até no exterior, com 123 anos de emancipação política, uma cultura riquíssima e com praias que qualquer um gostaria de estar, soou surreal uma vizinha não conhecê-la, razão pela qual, me veio em mente despertar os governos municipais, pelo menos os de minha região, a atentarem para o fato de que se querem fazer bom uso do dinheiro público, não basta apenas calçar ruas, construir prédios ou distribuir cestas básicas a quem necessita, mas possibilitar ou pelo menos contribuir, para que seus concidadãos conheçam as cidades vizinhas e sintam-se um "turista" dentro de sua própria região. Afinal, nem só de pão vive o homem.

Se entendêssemos a importância de participar ativa e efetivamente da política, colaborando na elaboração dos Orçamentos, dos Planos Pluri-Anuais e acompanhando sua execução, como cidadãos de fato com formação política, poderíamos arrancar das mãos do Executivo a "caneta" e fazer com que ela escreva aquilo que nós decidimos e não o que o seu detentor do momento quer. O dinheiro público pode ter destino melhor do que imaginamos, quando a ficha cair e decidirmos que apesar de termos votado na pessoa que nos representa, não significa que ela esteja sempre certa. É preciso nos escutar e aí sim, estará nos representando.

Espero que os Governos em todas as suas esferas sejam despertados para algo importante e que tem feito a política se tornar algo desprezível para a maior parte da população, embora seja um equívoco pensar assim: É preciso estimular a participação popular, do contrário, o ambiente ficará cada vez mais complicado para quem governa e pior, muito pior para quem é governado.

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