Admiro as pessoas que corajosamente expõem sua opinião sobre temas relevantes, porque entendo que a maior generosidade é aquela que consiste em compartilhar com os outros, o que o conhecimento e as experiências da vida lhe proporcionaram. É chegada a hora de os bons abandonarem o silêncio, e se permitirem, através de suas palavras e ações, fazerem a diferença numa sociedade que a passos largos caminha para a barbárie.
Nunca, em tempo algum, imaginei que poderíamos retroceder a tal ponto de considerar que uma pessoa com 16 anos não tenha mais jeito e que a solução seja trancafiá-lo numa prisão. Isto é insano e produto de um País que ao escolher seus governantes, trocam o voto por lentilhas, como fizera o personagem bíblico Esaú, irmão de Jacó. Trocou o que tinha de mais nobre, por nada.
Nossa sociedade usa as redes sociais para reclamar, esbravejar, entre outras coisas que não merecem registro, mas quando vem a oportunidade de escolher quem os representará, opta por um parente, um "irmão" da igreja ou alguém que lhe prestara algum favor, sem se preocupar se o escolhido está capacitado para, de fato, representá-lo politicamente. Este sim é um grande problema que temos e que muitos resolvem ignorá-lo, preferindo justificar seu descaso na hora do voto, com a famosa frase: "Eu odeio política!". É mais fácil achar culpados, do que avaliar onde erramos.
Eu digo não à redução da maioridade penal. Não porque eu seja defensor de marginais e nem muito menos que eu não me indigne quando um menor pratica um delito e zomba da polícia, porque sua pena (se houver pena) é branda. Mas, porque somos todos responsáveis por vir a existir os tais, na medida em que não cobramos devidamente das autoridades eleitas, melhores condições educacionais, e sim, se o candidato caso seja eleito, vai arrumar emprego para si ou para seu parente próximo, entre outros benefícios.
A realidade é esta e por mais que eu saiba que poucos estarão lendo o que registro aqui, não me cansarei de fazê-lo pois não quero ser cúmplice de, no futuro, o meu silêncio ter colaborado para a tragédia que será a decisão de reduzir a maioridade penal no Brasil, engendrada por políticos que no lugar de fazer o que é preciso, opta para o que a falta de conhecimento sugere. Não é para isto que existe a política. A política existe para que saibamos ser generosos e oferecer o que temos de melhor em nós mesmos, para uma população que, evidentemente, não tem a noção real dos fatos, a não ser o que vê cotidianamente em jornais que querem vender seus exemplares, via notícias quase sempre ruins.
Tenho uma centena de argumentos para não aceitar a redução da maioridade penal, mas se eu me alongar mais, pode ser que até os poucos leitores que tenho, se cansem e não terminem de ler o presente artigo. Por isto, encerro dizendo que não é colocando o lixo debaixo do tapete, que teremos uma casa limpa e bacana. É preciso removê-lo e estar vigilante para que não volte a acumular.
Seja um ativista social e político. Participe, pois acredito que qualquer um que conheça de fato os problemas de nossa sociedade, entenderá que prender pessoas de 16 anos pode parecer mais fácil, mas impedir que ele se torne um marginal, é mais humano e creio que seria esta a opção de um certo "homem de Nazaré" que esteve entre nós a pouco mais de dois mil anos atrás e continua presente, espiritualmente.
O ECA prevê seis medidas educativas: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação. Além do mais o O sistema penitenciário brasileiro NÃO tem cumprido sua função social de controle, reinserção e reeducação dos agentes da violência. Estou fazendo meu TCC na área, o que vejo é tão e simplesmente uma escola de crime. Sou Educadora, professora, acredito no Ser Humano, não é reduzindo a maioridade que vai acabar de uma hora para outra com a violência.
ResponderExcluirE no mais, concordo com suas palavras, o que precisamos é cobrar dos políticos ações com políticas públicas que melhore a educação.