segunda-feira, 13 de março de 2017

Nós podemos muito, nós podemos mais!

Algumas notícias que chegam a respeito da política no Brasil e também no nosso Estado e o Município, têm promovido um interesse nunca antes observado, sobretudo por pessoas que não imaginaríamos que se interessassem por tais temas. As reações, em sua maioria, são de críticas ácidas, severas e não sem razão, acompanhadas sempre de frases impróprias de serem publicadas, contudo, não se pode negar também que o interesse é evidente e que isto por si só já é um bom sinal, tendo em vista que o princípio mor da democracia é a participação do cidadão nas questões que envolvem a política, ou melhor dizendo, sendo um verdadeiro cidadão.

Um dos fatores que tem me chamado a atenção neste contexto, são algumas providências que os políticos estão tomando na tentativa de (quem sabe?) voltar a ter crédito com a população, afinal, qualquer notícia que envolve a política e os políticos, via de regra, é sempre negativa, o que contribui sobremaneira para essa rejeição a políticos e partidos políticos.

Refiro-me, neste sentido, especificamente às decisões do Poder Legislativo em todo o Brasil, de tomar medidas de redução dos custos, tendo como forte argumento a recessão vivida no País, e, principalmente, em dar uma resposta positiva aos eleitores, afinal, sempre que se fala em reduzir custos, logo se imagina que o dinheiro economizado vai reverter em favor da população. Ademais, estamos vivendo uma aguda crise onde os gastos estão sendo obrigatoriamente revistos, tanto pelo setor público quanto o privado, o que considero sensato, claro.

Pois bem, isto pode ser  verdade sim, na medida em que o recursos economizados pelo Poder Legislativo sejam devolvidos ao Poder Executivo e este tem poder discricionário para utilizar onde entender ser melhor para a população, ou, na melhor das hipóteses, combinar com o eleitor aonde melhor seria aplicada a verba economizada. Isto seria muito bom, afinal a verba economizada tornou-se um benefício real para toda a população e no imaginário popular, sobretudo considerando as matérias jornalisticas sobre a conduta dos políticos, esse dinheiro se não fosse devolvido ao Poder Executivo, estaria sendo “jogado fora” se ficasse ao critério exclusivamente do Legislativo.

Porém, a questão que quero colocar neste artigo é que embora a economia de recursos seja sempre bem vinda, é também bom lembrar que quando se “gasta” bem, ou seja, quando se investe corretamente, a economia vem com os resultados desse investimento e não simplesmente evitando gastar com isto ou aquilo. Vejamos:

Se o Poder Legislativo, por exemplo, utilizasse o dinheiro que economizou, fazendo da Casa de Leis um ponto de referência da cidadania, financiando sobretudo capacitação da população para o exercício pleno da cidadania, ou até mesmo, outros serviços que ela necessita e não tem disponível, a não ser pagando, estaríamos gastando o dinheiro público de forma positiva, além de valorizando um dos Poderes da República que hoje, por ser tão descredibilizado, precisa recorrer a ações que simbolizam “economia” mas que não tem a objetividade necessária e nem muito menos, dá um significado justo ao Poder que de fato representa as pessoas, a saber, o Legislativo.

É claro que não sou contra a redução de gastos, especialmente se esta foi feita cortando algo que de fato é supérfluo, mas quero destacar que quando fazemos economia sem entender os resultados que esta economia trará, talvez estejamos “economizando mal”, que no meu modo de ver, é pior do que gastar.

Nós estamos dando passos importantes em relação à participação na política, mas nós podemos muito mais se passarmos a nos interessar por ela, considerando todas as possibilidades, lendo a respeito dos temas e nos aprofundando para que não sejamos enganados pelos marqueteiros que com muita competência, tentam passar uma ideia de que bastando sugerir aos ordenadores de despesas que economizem, terão de volta a credibilidade há muito perdida. Não mesmo. Nós queremos muitos mais que isto!




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