domingo, 8 de outubro de 2017

Um tributo à Bernadette

Com as mãos trêmulas e a voz rouca, porém, devidamente justificada ao subir a tribuna da Câmara de Vereadores de Conceição da Barra, a nossa grande conterrânea, uma das pessoas que compõem o rol de personalidades barrenses de maior relevo na sociedade capixaba e brasileira, Bernadete Lyra, a escritora, recebeu a Moção de Aplausos concedida pelo Poder Legislativo no dia em que a nossa cidade completou 126 anos de emancipação política. O evento, que por si só já tinha um grande significado pois na oportunidade os vereadores estariam concedendo títulos de cidadão barrense a 22 pessoas, ganhou ainda mais importância associando o aniversário da cidade a presença de tão ilustre personalidade e que, como ela mesma afirmou, “há 20 anos não vinha a sua Terra natal”.

Dia 6 de Outubro de 2017, seguramente passou a ser uma data inesquecível para Bernadete Lyra. A Moção de Aplausos oferecida à filha do “seu Álvaro Lyra”, não poderia ter chegado em melhor hora, e neste sentido, parabenizo a Vereadora e Presidente da Câmara, Mirtes Eugênia Figueiredo, pela sensibilidade e o bom gosto em não perder a oportunidade de honrar uma pessoa que leva a nossa Conceição da Barra por onde quer que vá, e suas crônicas, inclusive, publicadas regularmente no jornal A Gazeta, com muita frequência são dedicadas à sua terra querida. Sou um de seus leitores assíduos.

No dia seguinte, 07 de outubro, Bernadete Lyra, fez o lançamento do seu novo livro, “Água Salobra”, um resgate de suas  crônicas dedicadas à nossa cidade e que ela, tão diligentemente prometeu visitar e cumpriu. Apesar de eu não estar presente no lançamento de Água Salobra – as circunstâncias não me permitiram – o destino me deu a oportunidade de vê-la na Câmara de Vereadores, no dia anterior, oportunidade em que compus a Mesa de Honra e pude ver de perto sua emoção ao receber de seus conterrâneos a homenagem, me  surpreendendo inclusive, pois não esperava que uma pessoa tão acostumada a holofotes, entrevistas, fotos e todo o aparato midiático, pudesse ficar tão emocionada numa cerimônia carregada de significados, mas simples.

Foi uma noite glamourosa na nossa Conceição da Barra. Acredito que um dos seus melhores aniversários. Para mim, em particular, foi uma grande satisfação ver a escritora e também, como Bernadette, membro da Academia Espirito Santense de Letras, Kátia Bóbbio, declamar um texto de autoria da homenageada, e que com um indisfarçável nervosismo, admitiu tentando descontrair, que esqueceu parte do texto. Mas foi sublime!

Antes, porém, na execução dos hinos, outro momento marcante quando Valmar Graça (meu primo) executou ao saxofone o nosso hino municipal. Imagino o sentimento que invadiu a homenageada que acompanhada da sua irmã, Nazareth (foto acima), assistia a tudo atentamente e os olhos brilhando, provavelmente fazendo uma viagem no tempo em que quando não estava lendo, um hábito que adquiriu do pai, estava brincando pelas ruas de sua amada Conceição da Barra.

Uma noite memorável,  tanto para Conceição da Barra, quanto para Bernadette Lyra, e ambas merecem. Como a nossa cidade é fonte de inspiração tanto no passado, quanto no presente, um dos homenageados com o título de cidadão barrense, o músico Urbano Dávila, autor e compositor da canção que tornou-se marca registrada da nossa cidade (Amor de Verão), ao violão, acompanhado pelo sax de Valmar (foto abaixo), cantou e encantou os presentes, e que ao serem estimuladas pelo músico, cantarolaram com emoção em uníssono o seu refrão: “Conceição da Barra, amor de verão! Conceição da Barra mora em meu coração!” Muito bacana verificar o carinho que as pessoas tem pelo nosso lugar... o meu lugar, o seu e o de Bernadette Lyra!


Seguramente Bernadette Lyra não vai esquecer o fim de semana que passou em sua terra natal e nós, barrenses, da mesma forma, dificilmente sairá da lembrança esse momento. Estaremos sempre esperando a nossa ilustre conterrânea aparecer para pisar na areia da praia da Barra, relembrar os velhos tempos e quem sabe, decida voltar a viver entre nós, compartilhando conosco o que a vida lhe ofereceu em todos esses anos dedicados à sua arte. Seria um presente para todos nós!

Com este singelo texto presto também a minha homenagem a esta grande personalidade e o meu abraço à professora de Língua Portuguesa da minha mãe, Bernadette Lyra, e que Deus lhe conceda muitos dias sobre a terra para que possamos ter o privilégio de homenageá-la quantas vezes forem possível.

Carlos Quartezani



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