terça-feira, 28 de junho de 2022

Moqueca é na Barra

Após 2 anos, Conceição da Barra-ES volta a festejar o Dia do Padroeiro dos Pescadores, São Pedro e a realização da confecção da Maior Moqueca do Mundo, na panela de barro gigante, construída pelas paneleiras de Goiabeiras da nossa Capital, Vitória!

Você e a sua família são os nossos convidados para essa grande festa onde o sabor inconfundível de nossa gastronomia, se associa ao charme da cidade que nasceu de um beijo!

A partir do dia 29 de Junho!!!

#VemPraBarra

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Todo jogo tem regras

Se fôssemos realmente um povo civilizado, nunca chegaríamos ao ponto que chegou o ator Fábio Porchat, que classificou Jair Bolsonaro como "verme, rato, vagabundo e abjeto". Foram essas as palavras, segundo matéria do jornal Folha de São Paulo. 

Essa classe, a artística, embora eu reconheça estar sendo moída pelo atual ocupante do Palácio do Planalto, deveria ser uma das que compreende melhor o que é a liberdade de se expressar e o que é, efetivamente, desrespeitar as pessoas. 

Não se pode esperar uma Nação pacificada, se as pessoas, principalmente as mais conhecidas do grande público, se comportarem de maneira belicosa e vulgar.

Minha observação, inclusive, não vale apenas para o artista citado ou outra figura pública, mas também para o próprio Presidente da República que recentemente declarou "não levar jeito para ser Presidente", uma frase que nunca esperei escutar de alguém que lidera, principalmente uma grande Nação como a nossa.

Hoje quem está governando o Brasil é um senhor que deveria ter, no mínimo, se preocupado em se preparar caso houvesse um acidente de percurso e o povo o escolhesse.

O acidente aconteceu. Ele foi eleito e o que temos é alguém que não leva jeito para o cargo e cuja conduta provoca o que as pessoas têm de mais primitivo em sua essência, a ponto de usar palavras que não deveriam ser dirigidas a um Presidente da República. Não, mesmo.

E como um abismo chama outro, para piorar para o país e para a figura presidencial, o Presidente ganhou o desrespeito destes que a exemplo do ator Fábio Porchat, não tem noção do que significa o cargo, não respeitam o cargo. Na medida em que execram o seu ocupante, o faz também ao cargo e quem perde é o país, como um todo.

Eu não sei bem se o que faço aqui nas redes sociais - ao escrever o que penso e compartilhar - tem o poder de mudar as coisas como elas são. Seria pretensioso achar que sim. Mas existe uma outra razão, que acredito ser a que realmente me impulsiona a fazê-lo e é a que se eu não escrever nada e fingir que o problema não é meu, também terá o mesmo resultado. Ou seja, tudo continuará exatamente como sempre foi.

A diferença, destaco, é que no primeiro caso, eu posso ser surpreendido e descobrir que a partir de uma reflexão que propus, encontrei outros que pensam semelhantemente e assim, quem sabe, possamos nos juntar para combater o mal sem necessariamente ser mau.

São Mateus-ES, 17/06/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

quinta-feira, 16 de junho de 2022

O que sobrará do Nós contra Eles?

É de assustar os mais temíveis vilões do cinema a inacreditável capacidade que algumas pessoas tiveram de lançar (desculpe a palavra vulgar) bosta em outras pessoas, num evento organizado pelo Partidos dos Trabalhadores em Minas Gerais, no dia de ontem. Pasmem, usaram um drone para este fim.

Aonde iremos chegar com tamanha insanidade? O que são as pessoas que foram ao evento senão seres humanos com liberdade para se expressar politicamente, quer eu concorde ou não com eles?

A tecnologia, neste caso, serviu para revelar a face de uma sociedade doente e que acima de tudo, não tem noção de limites. Agem como zumbis comandados por uma força diabólica que os fazem ignorar que as outras pessoas são apenas pessoas, que pensam diferente da gente. No mais, tem as mesmas necessidades, sonhos e projetos que nós.

É o absurdo dos absurdos o que fizeram em Minas Gerais e só para não deixar nenhuma dúvida sobre a minha total isenção política neste caso, pois não faço aqui e nem em qualquer outro lugar, julgamentos sobre o pensamento político de quem quer que seja, mas falo de HUMANIDADE e de respeito, princípios inegociáveis nas relações humanas.

Não é de admirar a saída de boas pessoas da vida política, em face dessa arena onde implacáveis gladiadores se esforçam ao máximo para espalhar sangue, para o deleite de uma plateia que não sabe e nem quer saber porque estão lutando.

Sinceramente, fica difícil, para não dizer impossível, encontrar palavras para incentivar pessoas a desejarem participar ativamente da política no nosso país. Embora eu saiba que sem a política o que temos é a barbárie, tenho a nítida impressão que esta já se instalou e como uma avalanche, não tem mais como detê-la.

Espero que eu esteja apenas afetado emocionalmente com os fatos e que eu possa voltar aqui em outro momento e dizer que sim, que acredito que ainda podemos impedir o pior.

São Mateus-ES, 16/06/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

terça-feira, 7 de junho de 2022

O Patriotismo no divã

O tema que vou abordar nessas próximas linhas não está relacionado ao meu costumeiro hábito de escrever sobre o meu lugar, o meu torrão Conceição da Barra, mas ao país inteiro que, ao meu ver, em algumas regiões mais que outras, se perdeu quanto a importância de construir sua própria história, no lugar que escolheram viver e estão permitindo que outros interesses os conduzam.

Desde que o mundo é mundo, mesmo nos tempos mais remotos, a necessidade de sobrevivência obrigou o homem a viver em comunidade, estabelecendo regras e procurando sempre aprimorá-las, na medida em que as circunstâncias exijam.

O homem primitivo também percebeu que, se foi presenteado por Deus com a "racionalidade", característica inerente apenas ao homo sapiens, usá-la em benefício da coletividade é uma ação imprescindível. Do contrário, a razão não seria, assim, um benefício tão essencial.

Pois bem, dito isto, provoco aqui o meu leitor que pacientemente chegou até aqui, depois desse preâmbulo com cara de aula de ciências, a refletir sobre o "porquê" estamos tão afastados de nossa real função na sociedade, que é participar ativamente e com qualidade da vida política, apontando, na nossa opinião, os problemas e as soluções que acredita ser as mais acertadas.

Se você acredita que só usar a rede social e postar "fora este, fora aquele", se referindo ao governante do momento, lamento informar que não é suficiente. Se não estamos satisfeitos, é legítimo reclamar mas se lançarmos mão de uma poderosa arma (que não é de fogo), chamada conhecimento e buscar dentro do sistema organizacional do país a melhor forma de ser mais eficaz na "reclamação", teremos dado um passo importante e deixado de ser um mero comentarista do mundo virtual.

Conheço pessoas, por exemplo, que se dizem verdadeiros patriotas mas nunca tiveram tempo para participar de uma reunião, cujo objetivo era discutir sobre um determinado problema do bairro que vive, ou, pior, as reuniões da escola onde o filho estuda, nunca pode contar com a sua importante presença. Esse "patriota" está preocupado com o seu país? Acho que não.

Cidadania é participar de tudo que está à sua volta e que está relacionado ao lugar que você vive. Não podemos aceitar, como normal, por exemplo, a prática de todo tipo de violência como se o fato de ser uma "realidade nacional" não requisesse o nosso enfrentamento e, ao contrário, fazemos cara de paisagem, até que um dia (oro para que não aconteça com você) sejamos nós, a próxima vítima.

Não espere que as "autoridades" ajam no automático, sem a necessidade de que você se manifeste. Não funciona assim. Se a comunidade, diretamente envolvida no problema não se manifesta - nos devidos espaços criados para este fim - esqueça qualquer providência. Ela não virá e se vier, será tão lenta que você já estará absorvido por outro problema pois aquele já foi para a vala do esquecimento.

Agradeço quem me acompanhou até com a leitura do presente texto e espero que tenha sido claro o suficiente para que assumamos, enquanto sociedade, o papel ao qual ninguém pode nos substituir. 

Suas escolhas têm relação direta com a qualidade da vida no lugar que você escolheu e a responsabilidade é toda sua, se as coisas vão bem ou mal.

São Mateus-ES, 07/06/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

sábado, 4 de junho de 2022

Conceição da Barra no Tom

A minha cidade, historicamente, não tem uma população habituada a saídas noturnas, exceto nos períodos em que os turistas "invadem" a cidade e as programações diversas estimulam ao passeio que para muitos, acabam naquela passadinha num boteco ou restaurante para aquele entretenimento musical e gastronômico.

Já temos há algum tempo alguns bons estalecimentos que oferecem esse tipo de opção. Alguns, inclusive, são visitados no período da baixa temporada por clientes que moram nas cidades vizinhas e gostam de vir à cidade que nasceu de um beijo, saborear uma moqueca capixaba entre outros pratos da cozinha barrense.

Para minha surpresa e ao mesmo tempo satisfação, verifiquei pessoalmente que este estranho, mas compreensivo hábito do barrense em não sair de casa, pode verdadeiramente estar com os dias contados. 

Na estreita Rua José Sete, bem pertinho das agências bancárias locais, observei que o ponto de encontro dos meus conterrâneos, especialmente no meio da semana, é o aconchegante boteco com o sugestivo nome "No Tom".

Sim, na Barra dificilmente a gente chama os estabelecimentos tais como os bares, pelo nome que está na placa. Invariavelmente, ao anunciar que vamos àquele estabelecimento, simplificamos e dizemos que vamos "ao proprietário" e não no estabelecimento.

O Tom, proprietário do boteco, com bastante perspicácia percebeu isto e agora, para muitos barrenses, ir No Tom virou quase um programa obrigatório. Comer, beber, escutar boa música e conversar, é No Tom, sem dúvida nenhuma.

Para quem ainda não conhece recomendo conhecer. O esforço e a determinação em empreender na sua terra natal, faz do empresário barrense Tom, merecer essa credibilidade verificada no número de pessoas que frequentam seu boteco na Barra.

São Mateus-ES, 04/06/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Vitrine Musical em Conceição da Barra-ES

Sob a batuta do Maestro (e primo) Valmar Costa Graça, o meu município de nascença, Conceição da Barra, norte do Espírito Santo, está avançando a cada dia com o projeto Vitrine Musical Barrense.

Segundo o Maestro, trata-se de um trabalho desenvolvido em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, que consiste em percorrer todas as escolas, sobretudo no interior, capacitando a garotada para o exercício da música, essa arte que desperta no ser humano a sensibilidade e o prazer que é tocar um instrumento.

Valorizo muito o trabalho de quem vê na arte uma alternativa importante para integrar o ser humano à sociedade e transformar conceitos equivocados de riqueza e fama, por convivência pacífica, disciplina e cidadania.

São Mateus-ES, 03/06/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

quinta-feira, 2 de junho de 2022

A mulher de Ulysses

Ela nasceu Ida Maiani de Almeida, mas "Dona Mora" é o apelido que "virou nome" e ela própria assim declarou nas palavras do jornalista Jorge Bastos Moreno (in memorian) que a entrevistou para o livro A história de Mora, Editora Rocco 2013.

Em tempos em que a política perdeu seu verdadeiro sentido, tornando-se para uns meio de ganhar o sustento e para outros, um "palavrão", como se a Política não fosse exatamente o motivo pelo qual as pessoas podem dizer o que pensam, faço aqui uma singela homenagem a essa mulher que foi simplesmente a esposa do mais importante político que o Brasil já teve e não sucumbiu um dia sequer, mantendo uma autoridade que só se verifica em pessoas de fato, iluminadas.

Dona Mora, para este singelo "fazedor de textos" que fica profundamente envaidecido quando alguém os lê, é a personificação da mulher que desempenhou seu papel com tamanha grandeza, lembrando em certa medida a conduta de outra mulher, também muito especial, a Rainha da Inglaterra, Elisabeth II.

Não confundo as lutas e conquistas de quem quer seja, minimizando sua importância, especialmente quando é impossível negar sua legitimidade. A mulher, como exemplo, vem deixando muito claro a que viera, seja na política, na economia, no meio empresarial e até em outros segmentos que certamente, não poderíamos imaginar há alguns anos atrás.

No entanto, o que considero mais importante e que pode estar passando despercebido é que a grandeza de espírito não está apenas associada a conquistas que as coloquem em pé de igualdade com o gênero oposto. Cada um tem um papel e descobrir qual é o seu e cumprir, equivale a fazer funcionar uma engrenagem cujo resultado final é a garantia de um objetivo atingido.

Não tenho receio de que essas minhas palavras sejam interpretadas erroneamente e seja aqui considerado um "machista" com saudades do tempo que não volta mais. Não, não se trata disso. Muito pelo contrário. Estou afirmando e me utilizo da história de Dona Mora, a mulher de Ulysses Guimarães, para afirmar e reafirmar que ao lado de um grande homem é fundamental a presença de uma grande mulher, pois um não existiria sem o outro.

Preparado para os embates que provavelmente hão de vir, depois dessas palavras - e é este o fardo de quem diz ou escreve o que quer - prefiro ouvir/ler o que pode ser para mim, a princípio, desagradável, mas que poderá acrescentar na minha escala de valores humanos, do que me submeter aos algoritmos e viver uma vida como quem degusta um prato sem tempero.

São Mateus-ES, 02/06/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor