sexta-feira, 17 de junho de 2022

Todo jogo tem regras

Se fôssemos realmente um povo civilizado, nunca chegaríamos ao ponto que chegou o ator Fábio Porchat, que classificou Jair Bolsonaro como "verme, rato, vagabundo e abjeto". Foram essas as palavras, segundo matéria do jornal Folha de São Paulo. 

Essa classe, a artística, embora eu reconheça estar sendo moída pelo atual ocupante do Palácio do Planalto, deveria ser uma das que compreende melhor o que é a liberdade de se expressar e o que é, efetivamente, desrespeitar as pessoas. 

Não se pode esperar uma Nação pacificada, se as pessoas, principalmente as mais conhecidas do grande público, se comportarem de maneira belicosa e vulgar.

Minha observação, inclusive, não vale apenas para o artista citado ou outra figura pública, mas também para o próprio Presidente da República que recentemente declarou "não levar jeito para ser Presidente", uma frase que nunca esperei escutar de alguém que lidera, principalmente uma grande Nação como a nossa.

Hoje quem está governando o Brasil é um senhor que deveria ter, no mínimo, se preocupado em se preparar caso houvesse um acidente de percurso e o povo o escolhesse.

O acidente aconteceu. Ele foi eleito e o que temos é alguém que não leva jeito para o cargo e cuja conduta provoca o que as pessoas têm de mais primitivo em sua essência, a ponto de usar palavras que não deveriam ser dirigidas a um Presidente da República. Não, mesmo.

E como um abismo chama outro, para piorar para o país e para a figura presidencial, o Presidente ganhou o desrespeito destes que a exemplo do ator Fábio Porchat, não tem noção do que significa o cargo, não respeitam o cargo. Na medida em que execram o seu ocupante, o faz também ao cargo e quem perde é o país, como um todo.

Eu não sei bem se o que faço aqui nas redes sociais - ao escrever o que penso e compartilhar - tem o poder de mudar as coisas como elas são. Seria pretensioso achar que sim. Mas existe uma outra razão, que acredito ser a que realmente me impulsiona a fazê-lo e é a que se eu não escrever nada e fingir que o problema não é meu, também terá o mesmo resultado. Ou seja, tudo continuará exatamente como sempre foi.

A diferença, destaco, é que no primeiro caso, eu posso ser surpreendido e descobrir que a partir de uma reflexão que propus, encontrei outros que pensam semelhantemente e assim, quem sabe, possamos nos juntar para combater o mal sem necessariamente ser mau.

São Mateus-ES, 17/06/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

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