Estou acompanhando o trabalho de um historiador, através de algumas aulas oferecidas gratuitamente no Youtube, com foco no Jesus histórico.
Não se trata de um trabalho sob o ponto de vista teológico. Este, inclusive, já é bastante explorado, mas na perspectiva histórica, baseada em documentos e que destrincham o Jesus judeu, sem adentrar no aspecto teológico.
A partir desse conhecimento é possível, inclusive - para quem é cristão - tornar sua fé ainda mais racional, reduzindo a enorme carga de argumentos que mais parecem uma forma de domínio sobre as pessoas, do que efetivamente amor a elas.
Não quero com essas palavras invalidar o legítimo trabalho de quem escolheu ajudar as pessoas através do estímulo a fé, seja no cristianismo ou em qualquer outra religião. O coração tem razões que a própria razão desconhece, portanto, cada qual será julgado conforme as suas obras.
Após este preâmbulo que parece remeter à história e à religião, e que em ambos tenho algum respaldo para discorrer, eis que os surpreendo: Quero falar do conhecimento na seara política!
Ontem, dia 30 de junho de 2022, o Senado da nossa República aprovou em dois turnos, de forma incrivelmente célere, uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que em resumo, prevê gastos de 41 bilhões de reais para subsidiar benefícios sociais diversos, sem que isto incorra em "improbidade administrativa" já que no bojo da Proposta consta a decretação do Estado de Emergência no país. O argumento são os efeitos da guerra na Ucrânia na economia do país.
Eu não vou entrar no detalhe, até porque não sou um profundo conhecedor de Economia e, caso fosse, precisaria desenvolver um texto bem mais longo que este.
Pois bem, tanto a religião quanto a política - temas que reiteradas vezes escuta-se que "não se discute" tal qual o futebol - fazem parte de nossas vidas e estão visceralmente ligadas a nossa convivência em sociedade e quanto menos conhecemos sobre ambos, mais propensos estamos a sermos enganados ou, no mínimo, limitados a saber tão somente o básico.
A mágica que os Senadores fizeram ao aprovar a proposta do governo central terá consequências, não imediatas, mas no médio prazo. Se estou insatisfeito com a bondade do governo? Claro que não, vai ajudar as pessoas agora, mas não vivemos apenas do almoço, precisamos de outras refeições no dia e este engodo praticado, poderá ter consequências drásticas.
Não tenho como impedir esse descalabro. Sou apenas um cidadão que escreve. Mas conheço bem o processo de dominação. Por medo de não ganhar a eleição, até a oposição votou a favor. É a destruição do país a conta-gotas, pavimentado pela falta do conhecimento e o total desinteresse dos que deveriam potencializar as pessoas, através de políticas públicas voltadas ao conhecimento.
Quanto à fé, estou firme nela principalmente por saber que é racional, me permitindo ajudar a quem acha que eu posso ajudar, sem engodos.
Enfim, assim caminha a humanidade.
São Mateus-ES, 01/07/2022
Carlos Quartezani
Jornalista e Microempreendedor
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