segunda-feira, 4 de julho de 2022

Era só o que faltava

Para usar uma expressão bem batida mas que a situação exige, usei este título para o texto em que passo a desenvolver aqui e os meus 19 leitores possam tomar conhecimento.

Ocorreu que os Vereadores de Vitória, a nossa Capital, aprovaram uma Lei na qual fica proibido homenagear com nome de rua, qualquer indivíduo que tenha seu nome envolvido em crimes, tais como corrupção, pedofilia, entre outros. O PL, de autoria de um parlamentar de nome Armando Fontoura, evidentemente foi aprovado por unanimidade.

Agora fica a indagação: Quem em sã consciência poderia ser contra um projeto de lei desse? Será que alguém poderia debater defendendo que pessoas condenadas, em última instância, ainda teriam direito a receber tal honraria? Só um débil mental o faria, com certeza.

Pois bem, mas o que leva esses representantes do povo a propor, através de projetos de lei, coisas como esta? Será que de fato é esse tipo de ideia que pode fazer avançar o Legislativo brasileiro (e neste caso capixaba) e ganhar credibilidade junto à sociedade? Acho que não, muito embora tem sempre alguém que por ter escolhido gostar da pessoa e não do que efetivamente ela poderá contribuir com a cidade no Parlamento, aprove uma ideia esdrúxula dessa.

Reiteradamente tenho dito que as pessoas precisam entender a importância da política para que possam, pelo menos, parar de culpá-la pelas más escolhas que fazemos. É como se desse um banho no bebê e no lugar de jogar a água suja fora, jogasse o bebê. Absurdo não é mesmo? Pois é, mas é exatamente assim que tratamos a política.

O Poder Legislativo, em especial aqueles sediados nas cidades e em muitos casos, nos Estados, são compostos por bons cidadãos, mas que não se preparam como deveriam para a atividade. O foco é sempre a superexposição, de preferência com bandeiras que agradam, mas sem efetivamente mostrar em que sentido trabalhará para que se torne realidade. 

É o engodo outra vez, aquela isca que se joga na água para atrair o cardume mas cujo objetivo é tão somente fisgar o peixe. Não passa disso.

O exemplo que citei vale para muitas cidades brasileiras. Por acaso foi na nossa Capital que essa "grande ideia" veio a se tornar Lei, bastando ao Poder Executivo sancionar, ou não.

De qualquer modo o que pretendo mais uma vez com essas minhas mal traçadas linhas é advertir o cidadão para que tente fazer do seu voto, algo mais construtivo, que resulte em representações mais preparadas para essa importante função e não se deixem levar por "vendedores de terreno no céu". 

Desconfie. Quando o discurso em campanha for muito absurdo, arrume uma desculpa e não dê quórum para os tais. A menos que esteja com tempo e decidiu dar umas risadas com esses que acham que todo mundo tem inteligência limitada, como a dele próprio.

Francamente, era só o que faltava!

São Mateus-ES, 04/07/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

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