segunda-feira, 29 de abril de 2024

A (má) qualidade do Parlamento

Não se pode colher tomates, se plantou alface. É óbvio, mas em política isto não parece ser tão óbvio assim. Às vezes é preciso desenhar. 

O que se pode esperar de um Parlamento em que a sua composição foi eleita sem nenhum compromisso com o coletivo, mas baseado em demandas particulares, tais como uma cesta básica, uma botija de gás, a quitação de uma conta de luz, um emprego para o filho e por aí vai... A lista é enorme!

Para ter condições de cobrar alguma atitude dessas pessoas que se colocam à disposição para nos representar, é preciso considerar o que de fato nós estabelecemos como critério para essa escolha.

Se eu votei visando, por exemplo, alguém que as pesquisas informais apontavam que iria ganhar, eu não posso, no futuro (caso este vença) cobrá-lo de nada, afinal, eu não me interessei por suas virtudes ou defeitos, mas simplesmente não quis "perder o voto" já que aquele que eu votaria, não aparecia como favorito nas tais pesquisas. 

Siga sua intuição ao votar. Se por acaso o seu escolhido não vencer, não significa que fez uma escolha errada, mas que agiu legitimamente em sintonia com os preceitos democráticos, ao passo que aquele escolhido que venceu, por meio do atendimento ao interesse particular, não terá nenhum compromisso com o seu representado. O preço do seu voto, foi pago antecipadamente. 

Carlos Quartezani - 29/04/2024

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