É muito comum que as pessoas que se colocam à disposição para disputar um cargo político, especificamente no Poder Legislativo, argumente que uma de suas qualidades é não depender do salário que o cargo oferece, já que tem um emprego e portanto, não precisa do soldo parlamentar.
Preciso alertar ao estimado leitor que me acompanha por aqui, que não é tão simples assim não. Representar o povo não é uma tarefa qualquer e caso seja este o entendimento, teremos sempre pessoas sem o devido compromisso com essa nobre tarefa.
O cargo político no Legislativo requer um trabalho intenso nas relações entre os Poderes e a sociedade. Estar integralmente à disposição, aumenta consideravelmente a possibilidade que um parlamentar exerça o seu trabalho com resultados mais significativos para a população.
Não se trata de levar uma mensagem de que já tem um emprego e que não depende do salário que a função oferece, mas de fazer um trabalho que resulte em benefícios para a coletividade. Fazer política é no dia a dia e não se limita aos 60 dias que antecede às Eleições.
Usar este argumento como forma de conquistar o voto, embora pareça agradável aos ouvidos do povo, desmerece o trabalho de quem é eleito para representá-lo. Ora, se esse trabalho de representar o povo não é a prioridade, por que quer fazê-lo?
E, claro, estar presente, à disposição, a qualquer momento que for demandado faz parte da atividade, algo que nem sempre será possível já que tem outro compromisso de trabalho.
Quem acumula uma outra função, ao meu ver, não consegue exercer a função parlamentar em sua plenitude. Se fosse possível uma licença do seu emprego enquanto exerce a função de representar o povo, o resultado certamente seria mais satisfatório.
Carlos Quartezani
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