Diuturnamente ouvimos as pessoas dizerem que não gostam de política, que não se sentem bem em falar de política e abomina quem traz esse assunto para os encontros sociais. De fato, há momentos em que o que queremos é conversar sobre amenidades, temas que nos distraiam e que acabam tirando o peso de um dia longo e exaustivo de trabalho. É natural que nessas circunstâncias assuntos relativos à política tornam-se enfadonhos e a julgar pelos exemplos que a mídia insiste em propagar, o melhor mesmo é falar sobre o jogo do flamengo ou a novela das 8.
Entretanto, o que não se registra mas está a todo tempo influenciando na vida que levamos em sociedade, é que através dessas conversas que não se quer ter, poderíamos ocupar espaços importantes, politicamente falando, e impedindo que algumas decisões sejam tomadas à revelia sem que ao menos tenhamos tido o direito de opinar a respeito. Somos uma democracia, portanto, governo do povo, e como podemos pretender governar se não participamos?
Querem um exemplo? Quantos de nós parou para analisar a gravidade que é os estados do Espirito Santo e o Rio de Janeiro perderem receitas dos chamados royalties do petróleo? Isto não é problema seu? É evidente que é problema seu e meu também! Como poderemos aceitar que as regras de distribuição dos royalties sejam alteradas abruptamente, beneficiando de imediato estados não-produtores de petróleo, ignorando as nossas licitações já realizadas levando-se em consideração o recebimento desses recursos?
Se é imperioso que os outros estados recebam royalties, que seja a partir da produção de petróleo do chamado “pré-sal”, encontrada numa camada anterior ao petróleo explorado hoje, e não nas receitas que já foram contempladas nos PPA’s (Planos Pluri-Anuais) dos diversos municípios cariocas e capixabas.
Esse problema é grave e está em vias de estourar até o dia 15/09/11, quando o Congresso voltará a apreciar o veto do presidente Lula, que impediu esse disparate quando ainda governava o Brasil.
Quando compreendermos que a política mexe com as nossas vidas, interferindo inclusive na qualidade das reuniões em família, nos botequins, nas igrejas, nas baladas, etc... aí sim poderemos afirmar que somos um povo pronto para ser considerado desenvolvido. Não obstante a todo este cenário nebuloso envolvendo a redução de nossas receitas, destaco também a importância de todos nós capixabas assumirmos uma postura de grandeza política diante de tudo isso que vem acontecendo em nosso estado.
Fomos mencionados por uma importante revista de circulação nacional, no início do 2º mandato do ex-governador Paulo Hartung (PMDB), como um dos 6 estados mais promissores e bem governados do Brasil. Não podemos permitir que nossa letargia, em relação aos royalties do petróleo entre outros temas, faça com que tudo o que construímos até aqui se perca e voltemos à condição de “patinho feio” da Federação. A luta pela defesa dos royalties do petróleo no pós-sal não é apenas do governador, dos senadores e dos deputados federais e estaduais... essa luta é nossa! Por isto, manifestemos nossa insatisfação utilizando de todo e qualquer mecanismo que possa fazer ressoar o nosso direito de usufruir dos royalties do petróleo conforme determina a Constituição Brasileira.
Não menosprezemos a força de quem quer mudar as regras do jogo na metade da competição. Trata-se de centenas de senadores, deputados federais e estaduais , prefeitos e vereadores dos estados não-produtores que anseiam por esse direito que legitimamente é apenas nosso.